Força Nacional continuará em Caarapó e Dourados com objetivo de evitar confrontos

Militares da Força Nacional de Segurança Pública irão atuar por 180 dias em Mato Grosso do Sul, a contar a partir desta quinta-feira (16)

17 JAN 2020Por Redação15h00

A equipe da Força Nacional enviada para Dourados pelo Ministério da Justiça já deu início ao trabalho de mapeamento das áreas de conflito entre proprietários rurais e índios. Ao todo, 51 policiais devem ficar no 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar) e parte do efetivo será deslocado diariamente para Caarapó, município vizinho distante 52 quilômetros.

As informações foram repassadas na manhã desta sexta-feira (17) pelo tenente-coronel Carlos Silva, que comanda a PM local. Segundo ele, os dois lados envolvidos na demanda devem ser ouvidos antes de ser iniciado o policiamento ostensivo e preventivo.

“A Força Nacional vai ficar a princípio no 3º Batalhão, na Vila Industrial, mas vai continuar atendendo Caarapó, deslocando todo dia guarnição para lá e vai atender as nossas aldeias e áreas de conflito com policiamento ostensivo e preventivo”, informou.

O oficial celebra a vinda de mais uma unidade de segurança pública e destaca que o apoio permitirá atuação forma conjunta. “Com a experiência dos nossos policiais poderemos atuar de forma certeira”, pontua.

Carlos Silva lamenta que as notícias sobre a violência da nossa região repercutam mundialmente como uma atuação de proprietários rurais contra indígenas. “Não é isso. O que acontece é um grupo de baderneiros, pessoas sem identificação indígena, que não são da nossa região, não são reconhecidos pelas comunidades indígenas Bororó e Jaguapiru, e promovem atos violentos”, garante.

O comandante afirma que nas propriedades vizinhas à área de conflito, em trecho da Perimetral Norte próximo à Avenida Guaicurus, sempre que o produtor vai plantar ou colher tem que solicitar apoio da PM, que por sua vez só vai ao local com equipamento de choque “por que não há diálogo, são ataques constantes”.

“Verificamos atuação com arma de fogo. Nosso sistema de inteligência apurou arma com essas pessoas e isso traz riscos. Podemos ter situação de óbito e para o mundo parece que Dourados é uma cidade sem lei. Na verdade o problema são essas pessoas à margem da lei”, explica.

Quando à vinda da Força Nacional, autorizada a permanecer na região até agosto, o comandante da PM de Dourados afirma que a ideia principal é atuar na área de conflito, porém, antes eles devem conhecer a Reserva Indígena. “Primeiro eles precisam conhecer nossos indígenas, saber que dentro das aldeias tem pessoas trabalhadores, ordeiras, também tem traficantes, assaltantes, mas em sua grande maioria são pessoas honestas”, pontua.

Segundo ele, a Polícia Militar vai manter a linha de atuaçãp, com policiamento ostensivo e preventivo nas aldeias e se precisar, também na área de conflito.

“O trabalho conjunto foi iniciado ontem, estamos na fase de planejamento. A Força Nacional está mapeando a área de conflito e as pessoas que provocam o conflito. Ontem tivemos reunião com indígenas. Semana que vem terá reunião com proprietários rurais para estabelecer onde ocorrem problemas. Semana que vem inicia a fase operacional”, anunciou.

Deixe seu Comentário

Leia Também