3,5 milhões usaram drogas ilícitas recentemente; governo rejeita dados

O estudo também mapeou o consumo de álcool: 16,5% dos participantes indicaram abusar na dosagem

27 ABR 2019Por Revista Exame00h30

Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz mostra que 3,563 milhões de brasileiros consumiram drogas ilícitas em período recente. Dos entrevistados, 208 mil disseram ter usado crack nos 30 dias anteriores ao levantamento. Concluído em 2018, o estudo permanecia inédito.

Observadores atribuem a omissão aos resultados, que poderiam desidratar o discurso do governo de que há uma epidemia de crack no país. Segundo o Ministério da Justiça, não houve divulgação porque a metodologia usada estava em desacordo com o estabelecido no edital do trabalho, o que a Fiocruz nega.

Ainda segundo a pesquisa, 9,9% dos brasileiros relatam ter usado drogas ilícitas uma vez – 7,7% da população consumiu maconha, haxixe ou skank, 3,1%, cocaína, 2,8%, solventes e 0,9%, crack. Além de drogas ilícitas, o estudo mapeou o consumo de álcool: 16,5% dos participantes indicaram abusar na dosagem. Homens consumiam numa única ocasião cinco doses ou mais de bebidas; e mulheres, quatro doses ou mais.

Feito com base em entrevistas domiciliares, o trabalho da Fiocruz adotou a metodologia da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad). Mas, para o Ministério da Justiça, os dados reunidos no projeto, que contou com a participação de cerca de 300 pesquisadores e técnicos, não permitia a comparação com pesquisas anteriores. A pesquisa custou aos cofres públicos R$ 7 milhões.

 

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