Protagonismo na execução de projetos se reflete em premiações e reconhecimento para escolas da Rede

19 NOV 2019Por Vinícius Espíndola05h00

Ano foi marcado por experiências exitosas em várias unidades escolares da REE, com premiações em feiras e diversos eventos fora do Estado, além do fomento às boas práticas nas próprias escolas

Campo Grande (MS) – O ano de 2019 ainda não acabou, mas já pode ser considerado um dos mais significativos quando o assunto é o protagonismo dos estudantes da Rede Estadual de Ensino (REE) em projetos voltados para diversas áreas e também em trabalhos que beneficiam o cotidiano das escolas. No campo científico, por exemplo, MS já foi representado em outros estados – e até mesmo no exterior – bem como em eventos regionais voltados para as áreas de Ciências da Natureza, Alimentação, Engenharia da Computação e até Mecânica.

Um dos destaques é a Escola Estadual Vereador Kendi Nakai, de Paraíso das Águas. Na unidade, o envolvimento dos estudantes – promovido pela iniciativa dos professores – resultou em seguidas participações na Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog), realizada anualmente. “A nossa escola sempre esteve à frente de projetos voltados para o protagonismo do aluno, temos muito incentivo por parte da direção. Já é o terceiro ano que participamos da Mobfog, no ano passado voltamos vice-campeã do Rio de Janeiro”, disse a professora Célia Souza, da disciplina de Geografia.

A Mostra é uma olimpíada inteiramente experimental que consiste na construção e lançamento de foguetes, feitos por alunos individualmente ou em equipes de até três componentes, a partir de uma base de lançamento, com o objetivo de alcançar a maior altura possível. Realizada no decorrer do ano letivo, nas próprias escolas, a Mobfog é voltada para a participação de alunos do primeiro ano do Ensino Fundamental e do último ano do Ensino Médio. Ao final do período da Mostra, todos os estudantes recebem um certificado de participação, bem como os professores envolvidos no processo e também os diretores escolares.

“Há três anos, a Direção viu através das redes sociais o projeto sendo desenvolvido em outra escola, pesquisou, inscreveu nossa unidade escolar e me convidou para estar à frente do projeto. Desde então é um prazer a cada ano, pois toda comunidade escolar abraçou a MobFog e eu como responsável aprendo muito também”, destacou Célia.

Incentivo e fomento dos professores que já resultou em premiação também para a Escola Estadual Fernando Corrêa da Costa, no último mês de outubro, no Rio de Janeiro/RJ. Posicionada entre as equipes com os melhores resultados na mesma Mostra, a escola estimula – com frequência – a participação na Mobfog. Por lá, o projeto de construção de foguetes já é algo tradicional e, nos últimos oito anos, é coordenado pelo professor de Física, Cleber Aparecido de Sousa Silva, que “recruta” os alunos interessados a participar no projeto.

“As expectativas são sempre de boas apresentações uma vez que todos os nossos alunos realizam anualmente diversos projetos, que são plenamente incentivados pela direção e coordenação sem medir esforços. A participação deste evento nos traz muita alegria e motivação para evolução dos nossos projetos”, disse Cleber.

Feira em MS

O trabalho das unidades escolares também rende importantes frutos em eventos regionais. Na abertura do segundo semestre deste ano, no mês de julho, estudantes da Rede Estadual se destacaram durante a IX Feira de Tecnologias, Engenharias e Ciências de Mato Grosso do Sul (FETECMS), que aconteceu no Ginásio Moreninho, em Campo Grande. Evento teve como tema central “Ciência e Inovação nas Fronteiras da Bioeconomia, da Diversidade e do Desenvolvimento Social”.

As idealizadoras do projeto Beatriz Cristina e Maria Clara buscam apoio

Ao todo, foram 200 projetos apresentados na Feira sendo 42 trabalhos realizados por estudantes da REE de escolas nos municípios de Nova Andradina, Campo Grande, Corumbá, Mundo Novo, Naviraí, Nova Alvorada do Sul, Ponta Porã, Rio Brilhante e Sonora. Entre eles estava um projeto da EE Ada Teixeira dos Santos Pereira, chamado Lab Truck: uma proposta de laboratório móvel para atender as unidades da Rede Estadual – situadas na Capital – que não possuem laboratório fixo.

Idealizado pelas estudantes Maria Clara e Beatriz Cristina, ambas matriculadas no 2º ano do Ensino Médio, o projeto é fruto da observação das adolescentes. “Através das aulas de Química, Física e Biologia, vimos a necessidade de um laboratório para aula prática. Estamos buscando investidores. Seriam dois professores e um motorista e os agendamentos pelo FGDE, onde os professores já fazem o agendamento das aulas”, explicou Beatriz.

MS representado no exterior

Outro projeto de destaque em 2019 foi voltado para o estudo na área da Biologia. A “Análise do efeito alelopático de Leucaena leucocephala sobre Lactuca sativa subsp. crispa, Cecropria pachystachya e Campomanesia adamantium”, da Escola Estadual Teotônio Vilela, de Campo Grande, foi premiada e colocou em evidência o trabalho realizado pela estudante Thailenny Dantas Rezende, do 3º ano do Ensino Médio.

Thailenny Dantas fazendo a apresentação do seu projeto

No início do ano a jovem recebeu o prêmio de Mérito Acadêmico de Ciências Moleculares, durante a 17ª edição da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) e foi credenciada, pela pesquisa, para participar da Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF), que aconteceu em Phoenix, Arizona-EUA, em maio.

 

Incentivo para ações internas

Estímulo que também parte dos representantes da SED pelo interior do Estado. De olho na sustentabilidade, a Coordenadoria Regional de Educação de Coxim (CRE-4) foi responsável por uma importante iniciativa com enfoque na bioeconomia, diversidade e riqueza para o desenvolvimento sustentável, a CRE desenvolveu o projeto “1ª Construção de Ideias Científicas e Tecnológicas”, com subtema “Hortas”, neste segundo semestre.

O trabalho envolveu estudantes de turmas do 9º ano do Ensino Fundamental, e também do Ensino Médio, de cinco unidades escolares localizadas nos municípios na região norte do Estado: EE Santos Dumont (Costa Rica), EE Francisco Ribeiro Soares (Pedro Gomes), EE Silvio Ferreira (Coxim), EE Vergelino Mateus de Oliveira (Rio Verde de Mato Grosso) e EE Thomaz Barbosa Rangel (Rio Verde de Mato Grosso).

Escolas da região Norte do Estado. Hortas

Com o projeto, foram planejados canteiros e métodos de compostagem, com a mudança na dinâmica da geração de lixo orgânico, discernindo com mais clareza o que deve, ou não, ser descartado como inservível. Uma vez separados, os resíduos orgânicos foram destinados às “composteiras” e garantiram adubo de excelente qualidade para as hortas. Para os idealizadores, a ação significou um ponto de partida para incentivar o comportamento sustentável dos estudantes e introduzir melhores práticas pedagógicas e de gestão ambiental.

“A fórmula de sucesso dessa empreitada pode parecer simples, mas exige muita motivação e ações ininterruptas. O sustento desta iniciativa é formado por professores pesquisadores apaixonados pelo que fazem e pelo empenho dos estudantes de turmas de 9º ano do Ensino Fundamental e Ensino Médio que já conseguem compreender os benefícios da sustentabilidade e da bioeconomia”, declarou a coordenadora da CRE-4, Maira de Quevedo.

 

Vinícius Espíndola – Secretaria de Estado de Educação (SED)

Fotos: Divulgação

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