Vereador acusado de estuprar adolescente de 13 anos fala em depoimento e nega o crime

"Estava sob efeito de drogas", é o argumento de defesa usado na época do crime

07 FEV 2019Por Elda Braga/internet08h40

O vereador Eduardo Romero (Rede), acusado de estuprar um adolescente de 13 anos em Campo Grande, foi ouvido durante 38 minutos pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira da 7ª Vara Criminal de Competência Especial de Campo Grande, na terça-feira (05). Por se tratar de um menor de idade, o caso segue em segredo de Justiça. Os depoimentos se iniciaram às 16h45 e terminaram às 20h35.

 

O adolescente foi o primeiro a ser ouvido. O depoimento aconteceu em uma sala especial, já que a vítima é menor de idade e é protegida por lei. Posteriormente duas testemunhas de acusação, três de defesas e por fim o vereador foi ouvido.

As testemunhas de acusação realizaram oitivas com a presença do advogado da vítima, Ilton Hasimoto e o de defesa do vereador, José Roberto Rodrigues da Rosa. Elas preferiram não falar na presença de Eduardo Romero.

Romero acompanhou o depoimento das três testemunhas de defesa, que são de Campo Grande, Paranaíba e Fátima do Sul. Os advogados afirmaram que foram instruídos a não darem declarações à imprensa.

A partir desta terça, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira deu um prazo de 48 horas para o Ministério Público, acusação e defesa solicitarem algum tipo de diligência, como intimação de mais pessoas a serem ouvidas ou apresentação de demais provas. A partir daí, o caso já irá para as alegações finais das partes, antes da decisão do juiz.

O caso

Segundo a denúncia, Romero teria estuprado um garoto de 13 anos em novembro de 2017, na casa do vereador. Em depoimento à polícia, os pais da vítima afirmaram que o parlamentar teria confessado o crime e justificado dizendo que estava sob efeito de drogas.

Segundo o boletim de ocorrência, os pais da vítima teriam descoberto o estupro somente cinco dias depois do crime. À polícia, a mãe do adolescente, hoje com 15 anos, teria dito que desconfiou depois de notar diferença no comportamento do filho que, entre outras coisas, não queria mais ir à escola, reclamava de dores de cabeça e estava arredio.

Após conversa, o garoto teria decidido contar à mãe sobre o caso. Segundo o jovem, no dia do crime ele havia ido até a casa do vereador para ajudar um tio que fazia uma reforma no local. Lá, ele ficou responsável por passar fios para o tio, que estava na laje da casa.

Ainda segundo o registro policial, Romero teria chegado ao local momentos depois e, ao perceber que a vítima estava sozinha, teria chamado o garoto até um dos quartos e lá teria pedido para tocar a vítima. O menino teria negado, e mesmo assim, Eduardo teria abusado sexualmente dele.

Consta no registro da ocorrência que depois do estupro o parlamentar ainda teria convidado a vítima para ir até a residência à noite. De acordo com ele, inicialmente Romero negou o crime, no entanto, cerca de quinze minutos depois, ligou mandou uma mensagem dizendo que queria conversar com os pais do menor de idade.

Na casa, o parlamentar teria chorado e confessado o crime para os pais, conforme depoimento deles à polícia. Para justificar, o vereador teria dito que estava sob efeito de drogas. Ele se desculpou, mas, devido ao estado em que o menor de idade estava, os pais decidiram procurar a polícia.

Em nota divulgada à imprensa, Romero negou as acusações e classificou a denúncia como “falsa e indevida”.

 

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