Casais que envelhecem juntos substituem implicância por afeto

Pesquisador estuda há 25 anos a química de relacionamentos de longa duração

18 DEZ 2018Por G108h56

De acordo com estudo da Universidade da Califórnia de Berkeley, o tempo pode ser um bom aliado para aparar as arestas.

Os pesquisadores analisaram conversas gravadas entre 87 casais: os que tinham entre 40 e 50 anos estavam juntos há 15 anos; os na faixa entre 60 e 70 eram casados há 35 anos. Funcionava desse modo: os cônjuges eram observados conversando sobre experiências e situações de conflito. O material era gravado e o comportamento de marido e mulher era avaliado de acordo com expressões faciais, linguagem do corpo, conteúdo verbal e tom de voz. As emoções eram então divididas em categorias: raiva, desprezo, nojo, medo, tensão, tristeza, comportamento dominante ou defensivo, afeição, entusiasmo e assim por diante. Ao longo de 13 anos, cada casal esteve no laboratório três vezes.

Os psicólogos notaram que, independentemente da satisfação com o relacionamento, o comportamento emocional do casal se tornava mais positivo com a idade. Descobriram que, conforme envelheciam, havia mais leveza e humor na relação e eles demonstravam mais carinho um pelo outro. Comportamentos negativos, como críticas ácidas e ficar na defensiva, eram substituídos por mais afeto e compreensão.

No laboratório de psicofisiologia da universidade, que estuda a relação entre fenômenos psíquicos e fisiológicos dos indivíduos, pesquisas anteriores já apontavam que as mulheres eram mais expressivas do ponto de vista emocional. Essa característica as levava a se tornarem mais dominantes na relação na velhice, mas, no cruzamento dos estudos, tal mudança de comportamento não afetava negativamente a trajetória ascendente de afeto do casal.

 

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