Diagnósticos tardios de HIV são alarmantes

Qual foi a última vez que você foi fazer um exame de saúde?

16 DEZ 2018Por Agência do Rádio Mais00h00

Apesar de ser uma prática simples, não é todo mundo que toma esses cuidados. Quem sabe bem a importância disso é o engenheiro agrônomo Rafael Salvador, de 36 anos. Ele conta que, durante a faculdade, tinha uma colega de classe que era da vigilância epidemiológica e ela organizava mutirões com os amigos para fazerem exames de checagem. E foi só na terceira vez que Rafael realizou os testes que o resultado foi diferente. Ele estava com HIV. E, se não fosse por sua amiga, provavelmente não saberia disso tão cedo. E é por isso que Rafael alerta de que todo mundo tem que ficar atento. A gente nunca espera que uma coisa dessas vá acontecer com a gente. Mas acontece.

“Não é só as mulheres que têm que fazer aquele exame preventivo uma vez por ano. Não é só no mês novembro, porque é novembro azul, que os homens tenham que se submeter a algum tipo de diagnóstico. Eu acho que todas as doenças colocam a gente em um estado de risco a todo momento. Então, quem tem a sexualidade ativa, por exemplo, quem tá em relacionamento, é importante que se faça esses exames e todos os outros exames de infecções sexualmente transmissíveis de seis e seis meses pelo menos, ou pelo menos uma vez por ano. Porque não é um exame negativo que vai determinar que a pessoa é imune pro resto da vida. Foi o meu caso. Então, a gente tem que estar sempre mantendo esse cuidado consigo mesmo. Cuidado com o próprio corpo, porque, quando a gente se cuida, a gente consegue cuidar do outro também.”

Pois é, pessoal. Este ano o Brasil celebra 30 anos de combate à aids. E essa é uma luta de todos. O Rafael descobriu a doença logo no início. Maria Letícia, coordenadora Adjunta Programa de Combate à Aids do Rio Grande do Sul, explica que, na fase inicial, o HIV não apresenta sintomas e por isso, muitas pessoas só descobrem o vírus quando ele já está com aids, quando nosso sistema imunológico já está fragilizado e acabam surgindo outras doenças. Mas ela considera que ainda são poucos os casos em que o paciente descobre logo cedo.

“Eu considero muito baixo ainda, tendo em vista a quantidade de diagnósticos tardios que a gente tem observado. A gente sabe que um diagnóstico é tardio quando a gente avalia o primeiro CD4, a primeira contagem de linfócitos de CD4, que é o espelho que representa a defesa. Quando a gente vê a contagem a gente sabe que o diagnóstico está tardio. Nossa média de diagnóstico tem sido, ainda, de CD4 abaixo de 300. O primeiro da vida da pessoa. Então isso indica que as pessoas estão se testando tarde.”

Percebe o quanto é importante estar atento? A gente não imagina, mas todo mundo está vulnerável. Faça sua parte. Previna-se. E o mais importante, faça checagens. Cuide de você mesmo! Use camisinha e conheça as outras formas de prevenção combinada, disponíveis no SUS. Proteja-se. Trinta anos da luta mundial contra a aids. Uma bandeira de histórias e conquistas. Saiba mais em aids.gov.br
 

 

Deixe seu Comentário