Documentário percorre desafios afirmativos de docentes da UFMS

“Eu Não Ando Só”, de Mara Silvestre, tem lançamento nesta terça-feira em Campo Grande

26 FEV 2018Por Rádio Jota FM/Edson Moraes17h52

Imaginem a realidade emocional e ética de oito professores universitários homossexuais que têm, em comum, o desafio de viver orientações que escapam aos padrões tradicionais, assumindo com isso os riscos de andar livremente num tempo em que esse tipo de diversidade é brutalmente hostilizado. Este é o documentário “Eu Não Ando Só”, que terá seu lançamento nesta terça-feira, em Campo Grande.

A direção-geral e o roteiro de Mara Silvestre e a direção artística de Celso Arakaki garantem a qualidade estética e o olhar instigante e universalista da abordagem temática. “Eu Não Ando Só” desvia-se, com inteligência, dos clichês e da mesmice e, em 42 minutos, faz o espectador acompanhar e mergulhar na verdade cotidiana de oito professores da Universidade Federal (UFMS) que lecionam em diferentes campi da instituição.

Mara Silvestre diz que em dias de disputas por visibilidade e reconhecimento político das questões de gênero e sexualidade no Brasil, o documentário tem a intenção de provocar reflexões e sensibilizar o público com a trajetória dos mestres universitários. “A trajetória de cada um deles é contada em depoimentos que dialogam sobre educação, política, afeto, discriminação, família, carreira, desejo, identidade e outros temas que compõem suas diferentes experiências de vida”, relata. “Eles são doutores em diferentes áreas do conhecimento, com formação em instituições de várias regiões do país e estão em diferentes momentos de suas carreiras”:

O documentário tem o apoio do Núcleo de Estudos Néstor Perlongher/Cidade, Geração e Sexualidade; do Impróprias Grupo de Pesquisa em Gênero, Sexualidade e Diferenças; e do Universo Dialógico Grupo de Pesquisa em Cultura, Política e Diversidade, com as amplas abordagens sobre diferenças e linguagem. Ao observar que os desafios da visibilidade da homossexualidade ainda são grandes na sociedade, Mara lembra das dificuldades para encontrar no quadro de docentes da UFMS uma professora lésbica disposta a participar do documentário.

Foi no final de 2016 que um grupo de professores se formou e aceitou fazer as gravações. “Infelizmente, quando o assunto é travestilidade ou transexualidade o desafio é ainda maior, sem qualquer histórico de docentess trans na instituição”, assinalaa. Por isso, continua Mara, o filme não pretende esgotar as possibilidades de representação em torno do gênero e da sexualidade, “mas, antes, iniciar um debate com toda a comunidade sobre identidade de gênero, sexualidade e carreira docente no ensino superior”.

Os docentes que protagonizam o documentário são: Aparecido Francisco dos Reis (Ciências Sociais, doutor em Serviço Social/ UNESP); Alexandre Meira de Vasconcelos (Engenharia de Produção /FAENG, doutor em Engenharia de Produção/ UFSC);  Flávio Adriano Nantes Nunes (Letras/FAALC, doutor em Letras/Unesp); Guilherme R. Passamani (Ciências Sociais/FACH, doutor em Ciências Sociais/UNICAMP); Marcelo Victor da Rosa (Educação Física/FAED, doutor em Educação/UFMS); Miguel Rodrigues de Sousa Neto (História/CPAQ, doutor em História/UFU); Tiago Duque (Ciências Sociais/FACH, doutor em Ciências Sociais/Unicamp); e Waldson Luciano Correa Diniz (História/CPAN, doutor em História Econômica/USP).

A sessão de lançamento de “Eu Não Ando Só” terá início às 19h desta terça-feira, 27, no Anfiteatro da Faculdade de Artes, Letras e Comunicação (FAALC), na UFMS (Cidade Universitária). Com entrada franca, os convites podem ser retirados uma hora antes da exibição. O espaço do anfiteatro tem capacidade máxima de 80 pessoas. Além da direção de Mara silvestre e Celso Arakaki, compõem o staff técnico do documentário Valdir Araújo e Marcos Vareiro (imagens), Rafael Mareco (montagem), Zegui (finalização), Emerson Roque (masterização) e Diego Gonçalves Rodrigues (assistência de produção). A produção é da Água Comunicações e Eventos.

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