Fonte de recursos vinda do tráfico virá para Segurança Pública de MS

Proposta de Moro de confisco de bens oriundos do crime era pedido antigo do MS

06 FEV 2019Por Elda Braga-internet00h00

De todas as propostas apresentadas pelo ministro da Justiça, o ex-juiz Sérgio Moro, no pacotão de projetos de leis anticrime, na manhã de segunda-feira (4), a que mais agradou Mato Grosso do Sul foi a celeridade da alienação dos bens oriundos do tráfico de drogas.

A declaração foi dada pelo secretário de Estado da Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, por meio de sua assessoria de imprensa, nesta tarde. Ele participou do encontro, em Brasília (DF).

De acordo com Videira, com a transferência de recursos apreendidos com o tráfico, o Governo do Estado poderá realizar investimentos na área da segurança pública. "Principalmente na região da fronteira", ressaltou o secretário.

A Segurança Pública estadual, pleiteia há anos esses recursos pera as polícias, como forma de terem caixa para a compra e reforma de equipamentos e armas, é promessa feita desde o primeiro ministro da área na gestão Michel Temer (MDB), o atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, logo após a posse de Reinaldo Azambuja (PSDB).

O atual mandatário da Pasta, Videira, garantiu que buscará com Moro agora a segunda reivindicação da cúpula estadual: a conversão de moeda estrangeira apreendida em território nacional, oura forma de desfalcar os cofres do tráfico de drogas e armas, característicos de Mato Grosso do Sul com suas fronteiras com Paraguai e Bolívia.

“Nós temos algumas destinações da Justiça para Mato Grosso do Sul de recursos que estão em moeda estrangeira e hoje nós temos uma dificuldade muito grande na conversão desses valores. Queremos que medidas sejam adotadas para agilizar esses procedimentos”, disse Videira.

ENCONTRO

Moro mostrou o seu pacotão de propostas de lei que será encaminhado ao Congresso Nacional em encontro com governadores e secretários de segurança pública de todo o País.

Em um projeto só são propostas alterações em 14 leis, como Código Penal, Código de Processo Penal, Lei de Execução Penal, Lei de Crimes Hediondos, Código Eleitoral, entre outros. O objetivo é combater de forma mais efetiva a corrupção, crimes violentos e o crime organizado, problemas enfrentados pelo país e que são interdependentes. 

A medida, segundo o ministro, adequa a legislação à realidade atual, dando mais agilidade no cumprimento das penas, tornando o Estado mais eficiente e diminuindo a sensação de impunidade.

Se por um lado o endurecimento na punição aos crimes de corrupção foi visto com entusiasmo pela opinião pública, por outro, medidas como o relaxamento no vigor de apuração de homicídios cometidos por policiais em trabalho e maior permissão para busca e apreesnões em propriedades privadas sem nessecidade de mandados foram motivos de reclamação por parte de grupos de direitos humanos e organizações não-governamentais.

Para Videira, a reunião foi produtiva, uma vez que muitos anseios dos secretários dos estados, principalmente daqueles que fazem fronteira com outros países como é caso de Mato Grosso do Sul, deverão ser atendidos devido às propostas apresentadas pelo ministro.

“Temos grandes avanços não só na parte da Segurança Pública, mas também da Justiça e na questão processual, com objetivo de atribuir as autoridades policiais fatos facilitadores que ajudarão naquilo que é nosso objetivo maior, produzir segurança pública. Sem deixar de lado a questão dos presídios e da ressocialização dos presos, já que eles são produtos das nossas ações”, pontuou Videira.

O secretário participa em Brasília de mais duas reuniões uma com o colégio de secretários de Segurança Pública, e a outra com os representantes dos estados na Câmara Federal.

 

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