George Takimoto adverte sobre grande mortandade de abelhas

Com alerta de biólogos, deputado quer providências das autoridades em Mato Grosso do Sul

09 ABR 2018Por Rádio Jota FM/Edson Moraes16h49

O deputado estadual George Takimoto (MDB) está acionando os organismos federais e estaduais em Mato Grosso do Sul para que adotem medidas eficazes contra a alarmante mortandade das espécies polinizadoras, sobretudo as abelhas. Informações de biólogos e estudiosos basearam a intervenção do parlamentar.

“Se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem as abelhas não há polinização, não há reprodução da flora. Sem a flora não há animais; sem animais, não haverá raça humana”. Esta frase, de Albert Einstein, foi utilizada por Takimoto para robustecer o requerimento em que pede as “respostas e providências quanto à mortandade de polinizadores, com destaque para as abelhas, em nosso Estado”.

“Torna-se cada vez mais intrigante a evidência de que a população de abelhas acha-se em franco declínio; É algo que vem alarmando biólogos e demais especialistas em quase todo o mundo”, observa Takimoto. “A própria Organização das Nações Unidas (ONU) mostrou-se categórica ao afirmar que as abelhas estão sumindo e a humanidade está em risco”, completa.

FUNÇÕES VITAIS - Os agentes polinizadores (visitantes florais) - borboletas, beija-flores, morcegos, abelhas e outros insetos -,, ao transportarem o pólen até o gameta feminino das plantas, prestam um dos mais relevantes serviços ambientais. As abelhas representam 70% desses agentes. Elas ganham realce especial por polinizarem mais espécies da flora planetária que qualquer outro ser vivo. “Afinal, trata-se da espécie mais numerosa, evoluída e habilitada da natureza para tal finalidade”, salienta o deputado emedebista.

Segundo pesquisadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, as abelhas são responsáveis pela polinização de 80% dos cultivos existentes. A Embrapa acrescenta que, devido à polinização, as abelhas têm responsabilidade direta em cerca de 40% da produção mundial de alimentos. A bióloga Generosa Souza Ribeiro destaca que das 141 espécies de plantas cultivadas no Brasil, aproximadamente 85 delas dependem em certo grau da polinização animal e 80% desse trabalho é realizado pelas abelhas.

AGROTÓXICOS - Ainda não se tem uma resposta definitiva sobre a causa dessas mortes. No entanto, o que se depreende das pesquisas é a negligência do modo de produção agrícola predominante quando o assunto envolve abelha e polinização. “Daí os desmatamentos desenfreados, as queimadas ou incêndios florestais, os impactos negativos das grandes extensões monocultoras que limitam a diversidade da alimentação das abelhas e, sobretudo, a aplicação massiva de agrotóxicos e agroquímicos, na maioria das propriedades, a ponto de não haver  como dissociar a mortandade das abelhas do uso indiscriminado de tais produtos”, argumenta o deputado.

A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), embora tenha reconhecido em suas análises que não há uma única causa para a morte de abelhas, apontou o dedo para o uso irresponsável de agrotóxicos que podem prejudicar a saúde das abelhas e torná-las mais suscetíveis às doenças. Lionel Gonçalves, professor da Universidade de São Paulo (USP) e autoridade consagrada mundialmente no estudo das abelhas, vem alertando que o maior problema para a sobrevivência dos polinizadores são os agrotóxicos.

Pesquisadores da Agraer pontuam que é crescente a utilização de agrotóxicos nas lavouras e, como consequência do uso indiscriminado desses venenos, muitos enxames têm sido dizimados em todas as regiões do Brasil.  O atual consumo no país supera as 300 mil toneladas, e nos últimos 40 anos o aumento foi de 700%;

O alerta de Takimoto foi endereçado a várias autoridade, entre as quais o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck; o presidente do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Ricardo Eboli; o diretor-presidente da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), Luciano Chiochetta; o chefe-geral da Embrapa em Dourados, Guilherme Lafourcade Asmus; o diretor-presidente da Organização Não Governamental Ecologia e Ação (Ecoa), André Luiz Siqueira; e o superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Não Renováveis (Ibama/MS), Dorival Betini.

Deixe seu Comentário