Custo-benefício na extração do xisto é tema de audiência na AL

Amarildo Cruz cita exemplos preventivos em outros estados e quer sociedade envolvida

13 ABR 2018Por Rádio Jota FM/Edson Moraes11h15

A exploração do gás de xisto pode constituir base importante na economia. Entretanto, é necessário avaliar com profundidade técnico-científica os impactos ambientais e humanos, ressalva o deputado estadual Amarildo Cruz (PT), ao propor audiência publica para discutir o assunto, que já é alvo de intervenções preventivas em outros estados.

Está marcada para a próxima segunda-feira, 16, a partir das 13h30min, a audiência publica convocada a pedido de Amarildo Cruz, 2º secretário da Assembleia Legislativa. Ele diz ser uma pauta que precisa envolver toda a comunidade universitária, cientistas, ambientalistas, economistas, representações classistas e patronais envolvidas e toda a sociedade.

“Assim poderemos, juntos, efetivar em sua adequada dimensão uma providência que ainda não foi tomada, que é debater minuciosamente uma atividade extrativa que é de grande alcance social e econômico. Mas impõe cuidados, porque está pendente de avaliação gabaritada sobre o tamanho de sua segurança em relação à saúde das pessoas e da natureza”, argumenta o deputado.

A audiência, denominada “Impactos na Extração do Gás de Xisto em Mato Grosso do Sul”, acontecerá no Plenário Júlio Maia. “Estamos trabalhando na realização deste evento há mais de quatro meses e percebemos que esta questão é pouco discutida e conhecida no Estado. É necessário um aprofundamento sobre o assunto, pois ele é muito relevante para o Estado. A nossa economia é baseada no uso do solo e dos recursos hídricos”, insiste.

Autor do projeto de lei 03/2018, que suspende a exploração do mineral no Estado por um período de 10 anos, Amarildo defende esta medida alegando que, sem rigoroso e prévio parecer técnico-científico, torna-se imperioso evitar de antemão os impactos no meio ambiente. “A extração é feita por fraturamento hidráulico em rochas, uma técnica que pode trazer danos gravíssimos”, alerta.

A exploração do gás de xisto resulta do leilão feito pela Petrobrás no ano passado, quando a estatal incluiu áreas de Mato Grosso do Sul entre os lotes selecionados para as próximas prospecções no território brasileiro. Sondagens da empresa tinham constatado a existência do xisto no Estado, com reserva suficiente para começar a exploração em 17 municípios da Bacia do Paraná, alcançando a capital, Campo Grande.

ADESÃO - Amarildo Cruz confia no engajamento maciço das autoridades, da população e de seus representantes políticos nesta causa. “Peço que os colegas deputados conheçam sobre o assunto e participem da audiência pública, com a sociedade e, essencialmente, os segmentos envolvidos com as questões laborais, ambientais e econômicas relacionadas à atividade extrativa”, reivindica.

O parlamentar lembra que mobilizações amplas e qualificadas levaram alguns estados a editar medidas de prevenção. Em São Paulo, o Ministerio Publico Estadual conseguiu, via liminar, suspender temporariamente a exploração do xisto. No Paraná, a Assembleia Legislativa aprovou e o Executivo sancionou projeto de lei semelhante ao do deputado sulmatogrossense, também de caráter suspensivo.

 

 

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