Policiais civis de MS são acusados de sequestro e tortura no Paraguai

Um delegado e sete policiais forão apontados pela vítima

31 JAN 2019Por Elda Braga/internet08h34

O delegado Patrick Linares Costa e sete homens, que seriam agentes da Polícia Civil em Ponta Porã, cidade localizada na região de fronteira com o Paraguai, estão sendo acusados de invadir o território paraguaio e sequestrar e torturar um cidadão daquele país na manhã desta quarta-feira, dia 30 de janeiro.

A denúncia foi registrada na Comissaria da Polícia Nacional em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã, onde o suposto sequestro teria ocorrido. A vítima é o paraguaio Abraham Sánchez Sanabria, de 34 anos.

Sanabria havia trabalhado na loja da mãe do delegado que liderou a equipe na “missão” desta quarta-feira e estaria cobrando seus direitos trabalhistas. A loja de ferragens e materiais de construção fica em Pedro Juan Caballero.

Uma fonte da fronteira contou à reportagem que Sanabria estaria ameaçando a mãe do delegado e teria ido várias vezes à loja para amedrontá-la. Até um boletim de ocorrência teria sido registrado contra ele.

De acordo com comissário Milciadez Ramirez, um dos comandantes da Polícia Nacional Paraguaia, em Pedro Juan Caballero, Sanabria contou em depoimento que o delegado e outros sete policiais estavam em duas caminhonetes, uma delas uma Toyota Hilux, de cor prata.

O homem contou que voltava para casa quando foi alcançado pelos policiais civis dentro do Paraguai. Segundo a versão de Sanabria, ele deixou a motocicleta dele na sede da Aduana de Pedro Juan Caballero e foi levado para um lugar ermo em Ponta Porã, onde teria sido espancado pelo grupo.

Sanabria apresentava hematomas na cabeça, nos pés e nos braços. Ainda segundo o comissário paraguaio, o homem disse que tinha trabalhado na loja de ferragens e acionado a empresa na Justiça do Trabalho.

No boletim de ocorrência, registrado na Segunda Comissaria do bairro General Diaz, denunciando “privação ilegítima de liberdade, lesão e posterior libertação”.

 

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