Audiência aquece mobilização em favor do parqueFoto SemagroA revitalização do Parque Estadual das Várzeas do Ivinhema - com investimentos em preservação e reestruturação para pesquisas, lazer e exploração sustentável do turismo – é vista com entusiasmo por ambientalistas, estudantes, dirigentes públicos e civis, a exemplo de prefeitos da região.
O impulso a essa ideia tem múltiplas mãos, especialmente o governo de Mato Grosso do Sul e a Assembleia Legislativa, sobretudo com as intervenções regulares dos deputados emedebistas Renato Câmara e George Takimoto. No dia 27 de abril passado, em Jateí, aconteceu a audiência publica convocada a pedido de Renato Câmara, com a presença de grande publico e expressivo número de interlocutores da sociedade.
O tema “Indução ao Turismo na Região” foi dissecado ampla e profundamente para representantes do Vale do Ivinhema, Cone Sul e de municípios do entorno que estão na área de influência do parque. Para o prefeito Eraldo Leite, de Jateí, a iniciativa é necessária e oportuna: “Essa unidade de conservação é fantástica. E sem comparação com lugares parecidos, mas a população precisa estar mais presente nesse processo”, afirmou.
Segundo Eraldo Leite, a grande maioria das pessoas não conhece um cenário natural tão especial e que pertence à própria sociedade. “Tenho certeza que agora, com apoio do Governo do Estado, o Parque do Ivinhema terá o reconhecimento e seu potencial explorado”, confia o prefeito.
Por sua vez, Roberto Tavares Almeida, prefeito de Taquarussu, lembra ter conhecido o parque em 2013 e desde a primeira vista ficou impressionado com o abandono de um espaço tão belo. “Fiquei decepcionado com o descaso. “Na época, nós iniciamos um trabalho de reestruturação. Até chegar como está, pronto para visitação, tivemos apoio efetivo do Imasul [Instituto Estadual de Meio Ambiente],, que trabalha diariamente na conservação”, registrou Almeida.
NOVO OLHAR - O engenheiro Ricardo Éboli, diretor-presidente do Imasul, salienta que depois de muito tempo sob o enfoque estanque da preservação, o parque agora recebe um olhar bem mais amplo e profundo, à altura de seus desafios. “Se antes debatia-se apenas com a visão de um espaço reservado a preservar, hoje o olhar se alargou e vê que o parque deve ser cuidado também para gerar frutos à sociedade”, analisa.
“Uma unidade de conservação deve existir para que o ser humano possa ser parte dela. E precisamos da ajuda dos jovens para divulgar, não só as belezas naturais, mas também agregar valore às cidades vizinhas, porque os parques e as cidades respiram necessidades semelhantes de desenvolvimento”, arremata Éboli.
CONHECER DE PERTO - Renato Câmara opina ser fundamental que a sociedade procure conhecer de perto a região e possa, assim, com seu próprio olhar, ter a real dimensão das belezas e do potencial do Parque das Várzeas do Ivinhema. “Sabemos que é imperativo cuidar do meio ambiente. O Parque tem um potencial enorme, que está adormecido. Com investimentos e o regramento adequado de seu uso, poderá cumprir seu papel para a pesquisa, o turismo e o lazer, sem prejuízos à sua preservação. O parque está pronto, mas precisamos que ele seja ocupado, que as pessoas se sintam parte dele”, advoga.
A Audiência Pública contou ainda com uma palestra do Jean Carlo de Lima, diretor de desenvolvimento do Turismo na Fundtur (Fundação de Turismo de MS), sobre a “Regionalização do Turismo” e do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) com o tema “Turismo em Unidades de Conservação”.
Além da iniciativa de Câmara, outra contribuição com a ideia é do deputado estadual George Takimoto. Ele defende a implantação de um corredor ecológico entre o Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema e o Parque Nacional da Ilha Grande do Rio Paraná, o Estado terá uma articulação de redes de biomas naturais de singular importância ambiental e socioeconômica, com visibilidade mundial.
O Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema, em Jateí, a 90 km de Naviraí e com área de influência por outros municípios, tem 73,3 mil hectares. Seu território abriga diversas várzeas e biomas importantes, entre os quais o Cerrado e a Mata Atlântica, ricos em recursos naturais e biodiversidade. Seu ecossistema é o habitat de diversas espécies da flora e da fauna aquáticas e terrestres.