Uso excessivo de redes sociais gera efeito similar ao das drogas

Estudo recente comprova que Facebook pode ser nocivo

15 JAN 2019Por Correio Braziliense08h00

Uma pesquisa publicada no final de 2018 no periódico científico Journal of Behavioral Addictions aponta que existe uma relação entre o uso das redes sociais, especialmente o Facebook, e o comportamento considerado de vício.

Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos descobriram que a lógica de oferta de "recompensas" por esse tipo de site e aplicativo dificulta a tomada de decisões e estimula atitudes de retorno contínuo ao uso do sistema, assim como no caso de outras desordens ou de consumo de substâncias tóxicas.

Eles encontraram um paralelo entre usuários que ficam muito tempo nas redes sociais "e indivíduos que usam substâncias viciantes [drogas] e com desordens decorrentes do vício". O excesso de uso do Facebook e de outros sites e apps parecidos afetaria a capacidade de julgamento no momento de escolhas mais benéficas.


"Nossos resultados demonstram que o uso mais severo de redes sociais é associado à maior deficiência na tomada de decisões. Em particular, nossos resultados indicam que usuários com excesso de redes sociais podem tomar decisões mais arriscadas", comentam os autores no artigo recém publicado.

O estudo aplicou uma escala que é utilizada para medir níveis de vício no Facebook, problemas na tomada de decisões e propensão a depressão em 71 voluntários de uma universidade alemã.

As pessoas com maior intensidade de uso da rede social criada por Mark Zuckerberg foram as que tiveram pior desempenho no teste de lógica de tomada de decisões (reconhecer escolhas que, no conjunto, trariam mais benefícios e menos prejuízos para si).

"Nossas descobertas apontam que os usuários que ficam muito tempo nos sites de redes sociais estão considerando mais os efeitos potencialmente positivos de suas decisões do que os efeitos potencialmente negativos", dizem os pesquisadores no estudo.

Vale lembrar que o Facebook é utilizado por aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas no mundo, sendo a maior rede social do planeta. A empresa ainda controla outros sites e aplicativos que também estão ranking de mais utilizados, como Whatsapp, Instagram e Facebook Messenger.

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