“Janela” partidária pode provocar mudanças radicais na disputa

Prazo que se esgota em sete de abril permite mudanças que vão afetar os partidos

14 MAR 2018Por Rádio Jota FM/Edson Moraes14h24

Partidos políticos, construção de alianças e estratégias de campanha terão que aguardar até sete de abril para que comecem a ter contornos definitivos. É que só até esta data pode mudar de partido quem pretende disputar eleições este ano. Em Mato Grosso do Sul, as acomodações ainda estão na fase de ensaio, mas algumas mudanças já começam a ser desenhadas.

O deputado federal Elizeu Dionísio, eleito primeiro suplente da Câmara dos Deputados pelo Solidariedade, assumiu a vaga de Márcio Monteiro, que primeiro se afastou para chefiar a secretaria Estadual de Fazenda e depois renunciou ao ser indicado para uma das vagas no Conselho Deliberativo do Tribunal de Contas (TCE-MS). Com a vaga de titular, Dionísio migrou para o PSDB e agora, segundo se comenta, pode estar em vias de ingressar no PSL para fazer parte da agremiação e do palanque do presidenciável Jair Bolsonaro.

A possibilidade de trocar de partido é alimentada essencialmente pela expectativa dos políticos de encontrar melhor condição para seus projetos. No caso dos que ambicionam cargos eletivos, um forte chamariz para essa revoada é a verba partidária de campanha. Outro apelo que funciona é o da formação das chapas proporcionais, que com as novas regras eleitorais e conforme as coligações, pode ser vantajoso para uns e improdutivo para outros.

O senador Pedro Chaves não se apressou, pensou bem e só quando teve certeza de estar dando o passo acertado decidiu trocar o PSC pelo PRB. A mudança, avalia, tem os seus recortes ideológicos, porém encerra um aspecto objetivo no aspecto político-eleitoral: dá mais liberdade ao senador para operar com a direção do novo partido a coligação de maior competitividade em favor não só de sua reeleição, mas do fortalecimento da base que está edificando em seu novo abrigo.

Na Assembleia Legislativa, a curiosidade dos observadores políticos ante o vai-e-vem da janela partidária concentra-se basicamente em dois nomes: os deputados estaduais George Takimoto e José Carlos Barbosinha. Ambos são cortejados por várias legendas.

Takimoto, que transita bem em todas as siglas, estaria bastante próximo do MDB, que é um desejo explicitado pelo seu grande amigo André Puccinelli. O ex-governador até já teria, inclusive, levantado a ideia de ter o deputado do PDT entre suas opções para vice ou deputado federal. Barbosinha, por sua vez, carrega a experiência de ter participado da administração do governador tucano Reinaldo Azambuja, de quem foi secretário de Justiça e Segurança Publica. Não seria difícil trocar o PSB pelo PSDB para pavimentar o caminho da sucessão, embora teoricamente a concorrência seja maior.

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) é pré-candidato à reeleição e está tentado a inscrever-se na corrida sucessória estadual. Vai depender da formação do mosaico partidário dos próximos dias. O DEM está iniciando a pré-campanha de seu candidato à sucessão presidencial, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e quer Mandetta concorrendo ao governo de Mato Grosso do Sul para fortalecer o projeto nacional.

Há um complicador, porém: o deputado sulmatogrossense acaba de embarcar no bonde do presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). E só mudaria, segundo deduzem nos bastidores, se Maia subir nas pesquisas. Ainda assim, para buscar a reeleição ou disputar o governo insistindo em apoiar Bolsonaro, não haveria outra saída para Mandetta senão mudar de partido.

 

Deixe seu Comentário

Leia Também