O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está desde o dia 7 na cadeia da Polícia Federal, em Curitiba (PR), se mantém à frente nas intenções de voto na corrida presidencial. Segundo o Instituto DataFolha, Lula venceria a disputa se as eleições fossem hoje, num cenário com nove possíveis candidatos.
A pesquisa, divulgada pela Folha de São Paulo no primeiro minuto da madrugada deste domingo (horário de Brasília), foi feita dias 11, 12 e 13 com 4.194 eleitores de ambos os sexos em 227 municípios brasileiros, com margem de erro de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. O segundo colocado é o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL/RJ) e o terceiro lugar é da ex-senadora Marina Silva (Rede Sustentabilidade). Ao que parece a pré-candidata da Rede se beneficiou do impacto causado pela prisão de Lula e voltou a pontuar bem, encostando em Bolsonaro.
Esta é a primeira consulta do gênero realizada pelo Instituto desde que Lula foi preso, há uma semana, para cumprir a sentença de 12 anos e um mês, aplicada pelo Supremo Tribunal Federal no processo do tríplex de Guarujá, quando foi acusado de corrupção e lavagem de dinheiro durante a Operação Lava Jato.
De acordo com o DataFolha, Lula venceria no primeiro e segundo turnos. No primeiro, com 31% dos votos, mais que o dobro de Bolsonaro (15%) e que o triplo de Marina (10%). Bem mais fracos foram os desempenhos dos que vieram em seguida: o ex-presidente do STF, Joaquim Barbosa (PSB), com 5%; o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com 6&; Ciro Gomes (PDT), com 5%; e Álvaro Dias (Podemos), com 3%.
Se Lula ficar mesmo inelegível, outras alternativas são citadas para ocupar seu espaço: o pedetista Ciro, a deputada Manuel d´Ávila (PCdoB), que está com 2%,mesmo percentual do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), e o líder do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, do PSOL, que tem 1%. Na sondagem sobre o segundo turno, o DataFolha apurou que Lula venceria com 48%, conrra 31% de Bisonaro e os indecisos somariam 19%.
Embora esteja em reclusão, Lula teve o seu nome lançado pelo PT como pré-candidato à presidência da Republica. Poderá ser inscrito oficialmente como candidato em agosto e só então o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai deliberar se poderá ou não disputar a eleição.
Juristas estão divididos; uns sustentam que basta uma condenação de segunda instância, decretada por um colegiado (STF), para torná-lo inelegível. Os que pensam o contrário argumentam escorados no princípio constitucional do amplo direito à defesa, pelo qual a inelegibilidade só se configuraria depois de esgotados todas as medidas recursais de apelação contra a sentença.
1º TURNO (Em %)
Lula (PT)
Flávio Rocha (PRB)