Ministério da Infraestrutura vai rever cortes de verbas para o MS

A afirmação foi dada por técnicos à bancada federal do estado, que reivindica a retomada dos estudos de viabilidade econômica da Rota Bioceânica

19 SET 201918h13

O coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul, senador Nelsinho Trad (PSD/MS), esteve no Ministério da Infraestrutura para solicitar a revisão de cortes de verbas para o estado. Durante a reunião com o secretário executivo do Ministério, Marcelo Sampaio Cunha filho, o senador Nelsinho Trad destacou a localização estratégica de MS na América do Sul e o grande potencial agropecuário.

 

As senadoras Simone Tebet (MDB/MS) e Soraya Thronicke (PSL/MS) e o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL/MS) participaram da reunião, que também contou com a presença de representantes de outros deputados federais do estado. 

O Ministério de Infraestrutura encaminhou ofício informando o cancelamento de estudo realizado pela Empresa de Planejamento e Logística, para análise de custo-benefício da Rota Bioceânica. A EPL já estava executando a 2º fase do cronograma de estudos, de um total de quatro, ao custo de R$ 770 mil.

“Sabemos das dificuldades financeiras que o Governo Federal atravessa, e estamos apoiando a agenda de desenvolvimento do país, mas esta é uma situação que precisa ser reavaliada. Mato Grosso do Sul não tem investimentos previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual para 2020, muitos recursos para o Estado foram cortados e além de tudo, os estudos de análise de custo-benefício da Rota Bioceânica foram cancelados. Esse estudo é importante para a implantação da Rota, que por sua vez é um projeto prioritário para MS e por isso tem que ser retomado. É como se chegassem ao Rio de Janeiro e falassem que iriam derrubar o Maracanã. Foi frustrante”, afirmou o senador Nelsinho. 

Para Simone Tebet, é preciso haver reciprocidade do Governo Federal no sentido de prestigiar o estado, já que a bancada federal está trabalhando pela aprovação de reformas importantes para o país, em apoio à agenda de retomada do crescimento econômico do país.

O deputado federal Dr. Luiz Ovando destacou que a Rota é uma oportunidade muito grande de abrir novos mercados e que este não é um projeto para MS e sim para o Brasil. Soraya Thronicke completou que a abertura econômica terá reflexos positivos para a economia de todo o país. 

Após o pronunciamento dos parlamentares, o secretário executivo disse que irá “revisar a questão do cancelamento do estudo” e que dará uma resposta o quanto antes à bancada. “Isso é prioridade”. 

A Rota Bioceânica vai ligar os oceanos Atlântico e Pacífico, com início em Porto Murtinho e seguindo até o porto de Antofagasta, no Chile, passando pelo norte do Paraguai e da Argentina. Vai encurtar em 7.200 km marítimos a distância até a Ásia, e a previsão é que assim o preço do frete seja reduzido em 40%. Além disso, a viagem entre Antofagasta e Xangai dura 35 dias, enquanto o mesmo deslocamento, partindo de Santos consome 49 dias. Ou seja, economizam-se 14 dias.

Corte de investimentos em MS

Mato Grosso do Sul tem sofrido muitos cortes de verba por causa da contenção de verbas que o Governo Federal vem fazendo. Os parlamentares sul-mato-grossenses solicitaram que esses cortes sejam revistos. “Gostaria que vejam o potencial do estado com olhar diferenciado, levando em conta as oportunidades econômicas que serão perdidas”, disse o senador Nelsinho Trad.

No início da reunião, o secretário executivo Marcelo Sampaio exibiu uma apresentação elencando os investimentos que o Ministério da Infraestrutura pretende fazer no estado, como as obras da Hidrovia do Rio Paraguai, BR-419/MS entre Rio Verde de Mato Grosso e Aquidauana, e a BR-267/MS, no trecho que engloba os acessos para a ponte que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta no Paraguai e que efetivará a Rota Bioceânica. No entanto, destacou que pretende contar com as emendas parlamentares para a efetivação das obras. 

“Esta reunião é uma oportunidade para ouvir a bancada e também apresentar os projetos que consideramos prioritários para MS, mas gostaríamos do apoio dos parlamentares para a destinação de emendas nestes projetos”. 

O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), general Santos Filho, que também participou da reunião, aproveitou a cobrança e explicou aos parlamentares o porquê do valor destinado pelo órgão para manutenção das rodovias federais ser menor para MS. “Estamos trabalhando com um orçamento seis vezes menor do que o necessário, então analisamos toda a malha viária do Brasil e elencamos prioridades. Fizemos os cálculos a partir do Índice de Conservação da Malha e constatamos que Mato Grosso do Sul só tem 8% das estradas em péssimas condições, enquanto em alguns estados esse percentual chega a 50%. A malha é uma das melhores do país, por isso recebe menos recursos”. 

Diante da solicitação dos parlamentares por mais recursos, ficou definido que os técnicos do Ministério vão estudar a reposição de verbas para Mato Grosso do Sul.

Deixe seu Comentário

Leia Também