Moro manda exonerar diretora da Funai que está na mira do MP, mas Casa Civil não publica no DOU

Mais um capítulo do que parece ser uma queda de braço nos bastidores do governo Bolsonaro.

15 JAN 2019Por Elda Braga-internet17h00

A demissão, pelo menos até agora, não foi publicada no "Diário Oficial da União", o que surpreendeu o Ministério da Justiça e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. No governo Jair Bolsonaro, a Funai foi transferida do Ministério da Justiça para a pasta de Damares.

Por questões jurídicas envolvendo a estrutura da Funai dentro do novo xadrez do governo, quem pediu a exoneração de Azelene foi Moro – na última terça-feira (8) – e que seria publicada no "Diário Oficial da União" na quarta (9) ou quinta-feira (10), o que não ocorreu até agora.

Procurado novamente nesta segunda-feira, o Ministério da Justiça voltou a confirmar que o pedido foi feito e encaminhado.

Damares disse que Azelene estava trabalhando "normalmente" na sexta-feira (11), e que também não viu a exoneração.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorezoni, também foi procurado na segunda-feira. Ele disse que o novo presidente da Funai será nomeado na tarde desta segunda-feira (14) e será o general Franklimberg de Freitas.

Onyx disse que, por um problema burocrático, a demissão de Azelene não foi publicada e que caberá ao novo presidente da Funai fazer a eventual troca da diretoria. "Tem muita gente na Esplanada que gosta dela", ressaltou Onyx.

Na Funai, servidores afirmam que Azelene resiste a sair e busca apoio para presidir o órgão federal responsável pela assistências aos povos indígenas, o que já foi descartado pela ministra dos Direitos Humanos. Azelene diz a colegas que é vítima de perseguição e pede ajuda para permanecer no órgão.

Oficialmente, a assessoria da Funai diz que Azelene segue trabalhando normalmente e não foi exonerada, como pediu o Ministério da Justiça.

Na semana passada, o presidente da Apex foi demitido pelas redes sociais pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo.

Na ocasião, Alex Carreiro disse que não sairia, enfrentando o ministro e criando a primeira crise do governo. Ele foi demitido depois.

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