A demissão, pelo menos até agora, não foi publicada no "Diário Oficial da União", o que surpreendeu o Ministério da Justiça e a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves. No governo Jair Bolsonaro, a Funai foi transferida do Ministério da Justiça para a pasta de Damares.
Por questões jurídicas envolvendo a estrutura da Funai dentro do novo xadrez do governo, quem pediu a exoneração de Azelene foi Moro – na última terça-feira (8) – e que seria publicada no "Diário Oficial da União" na quarta (9) ou quinta-feira (10), o que não ocorreu até agora.
Procurado novamente nesta segunda-feira, o Ministério da Justiça voltou a confirmar que o pedido foi feito e encaminhado.
Damares disse que Azelene estava trabalhando "normalmente" na sexta-feira (11), e que também não viu a exoneração.
O ministro da Casa Civil, Onyx Lorezoni, também foi procurado na segunda-feira. Ele disse que o novo presidente da Funai será nomeado na tarde desta segunda-feira (14) e será o general Franklimberg de Freitas.
Onyx disse que, por um problema burocrático, a demissão de Azelene não foi publicada e que caberá ao novo presidente da Funai fazer a eventual troca da diretoria. "Tem muita gente na Esplanada que gosta dela", ressaltou Onyx.
Na Funai, servidores afirmam que Azelene resiste a sair e busca apoio para presidir o órgão federal responsável pela assistências aos povos indígenas, o que já foi descartado pela ministra dos Direitos Humanos. Azelene diz a colegas que é vítima de perseguição e pede ajuda para permanecer no órgão.
Oficialmente, a assessoria da Funai diz que Azelene segue trabalhando normalmente e não foi exonerada, como pediu o Ministério da Justiça.
Na semana passada, o presidente da Apex foi demitido pelas redes sociais pelo ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo.
Na ocasião, Alex Carreiro disse que não sairia, enfrentando o ministro e criando a primeira crise do governo. Ele foi demitido depois.