Mulher substitui vereador acusado de agredir mulheres

Porto Murtinho: entra Sônia Ferreira, sai Edicarlos

27 NOV 2017Por Rádio JotaFM21h57

A primeira suplente Sônia Ferreira (PSDB) assumiu na manhã desta segunda-feira, 27, a cadeira titular de vereadora em Porto Murtinho. Na condição de primeira suplente, ela substituiu o correligionário Edicarlos Oliveira Lourenço.

Auto-apelidado “Cowboy do Rádio”, em função de sua profissão de radialista, e pivô de diversas polêmicas envolvendo acusações de agressões a mulheres, Edicarlos teve o mandato cassado em caráter definitivo pelo Tribunal de Justiça num processo em que foi denunciado por ameaça de morte a desafetos. 

Emocionada durante a cerimônia, e cercada de familiares e amigos, Sônia Ferreira destacou sua origem humilde e o ativismo político em defesa dos excluídos. Também fez menção ao caráter de sua investidura como reforço à afirmação de gênero. A vereadora agradeceu ao apoio da população e disse que acredita em intervenção divina o fato de ter ficado na primeira suplência.

“Sou cristã. E credito isso que está acontecendo à vontade de Deus. O que houve em relação ao processo que abriu esta vaga não é um assunto da minha alçada, está restrito à esfera judicial. A Justiça julga e a Justiça decide. Eu cheguei aqui com a proteção de Deus e os 183 eleitores que votaram em mim. Porém, meu mandato é comprometido com todo o povo murtinhense”, enfatizou.

ANTECEDENTES - Edicarlos Lourenço estava em seu terceiro mandato. Era um vereador muito atuante e polêmico, não economizava adjetivos pesados em suas intervenções na tribuna do plenário e nos programas de rádio que pilota em emissora do Paraguai, país que faz fronteira com o Brasil em Porto Murtinho. Antes de ser cassado – segundo a denúncia acolhida pelo Judiciário - por ter ameaçado de morte um morador da cidade que o criticava com alguma frequência,  Edicarlos já estava no alvo de diversos processos e denúncias.

Em outubro do ano passado, a vereadora Maria Donizete acusou o “cowboy do rádio” de tê-la agredido com um soco. Ele se defendeu afirmando que apenas estendeu o braço para afastá-la do seu caminho e ela teria tropeçado e sofrido leve escoriação. Donizete fez exame de corpo de delito e registrou queixa, além de pedir seu enquadramento por quebra de decoro parlamentar. O vereador, no entanto, conseguiu apoio de colegas e evitou punições mais pesadas. 

Donizete, na época, contou ainda que Edicarlos já havia agredido verbalmente outras mulheres, citando a presidenta da Câmara na época, a vereadora Sirlei Pacheco, e uma secretária de Educação. “Ele tem esse comportamento com mulheres empoderadas”, afirmou. 

 

 

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