Primeiro mandato: crise não pôs Azambuja na lona

Sem arrochar o contribuinte o governo ainda conseguiu criar mecanismos de fortalecimento da receita ao longo desses quatro anos.

27 DEZ 2018Por Jota FM / Edson Moraes21h23
Poucos governadores chegaram neste dezembro respirando normalmente, com a cabeça fora d´água. A grande maioria dos estados e o Distrito Federal amargam os implacáveis reflexos de uma longa e contundente recessão, de impactos que tiraram a capacidade de investimentos, impediram a regularização de pendências financeiras e ainda fizeram os investidores recuarem como nunca se viu.
 
 
 
Mas este não é o retrato que Mato Grosso do Sul apresenta ao País. Chega ao fim o primeiro mandato de Reinaldo Azambuja (PSDB) e ele está hoje entre os raros governadores que fecham o exercício e o mandato de quatro anos com resultados que contrariam o ciclo de crises. Não só pelo pagamento em dia do funcionalismo desde que assumiu, mas por realizações que ganharam posições de destaque nos principais indicadores de desempenho.
 
É preciso registrar que a crise ainda não está afastada e que as contas publicas permanecem no vermelho onde form lançadas há mais de três décadas. No entanto, é fundamental comparar os quadros de cada unidade federada. No ranking dos estados mais endividados, os cinco primeiros são, pela ordem: Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Alagoas e São Paulo. Só então, em sétimo lugar, aparece Mato Grosso do Sul. Azambuja herdou contas de antecessores que se acumularam durante anos, formando uma dívida monumental.
 
Em janeiro de 2017, quando assumiu, lançou o desafio de recompor a saúde financeira e administrativa do Estado, mesmo tendo na herança uma planilha com mais de 200 obras inconclusas, dívidas com fornecedores e as folhas de salários e encargos apertando o pescoço do Tesouro como um torniquete. Agora, no final do primeiro mandato, e à exceção do Aquário do Pantanal, Azambuja finalizou 98% das obras inacabadas.
 
Foi mais além. Manteve a regularidade do salário dos servidores, pagando em 45 neste final de ano três folhas que, juntas, estarão movimentando mais de R$ 1,5 bilhão (novembro, dezembro e 13º). Põe ainda em seu crédito feitos como os que deram ao Estado as primeiras colocações nos indicadores nacionais de geração de empregos, atração de investimentos externos, retomada de crescimento, transparência, segurança publica e melhor média salarial paga aos professores.
 
Sem arrochar o contribuinte o governo ainda conseguiu criar mecanismos de fortalecimento da receita ao longo desses quatro anos. Uma das últimas medidas foi o lançamento do Programa de Recuperação de Créditos Fiscais (Refis), para que os devedores do ICMS regularizassem sua situação com descontos de até 90% no pagamento à vista ou parcelando em até 60 vezes, também com o benefício de redução de multas. A meta do programa é arrecadar ao menos R$ 100 milhões.  
 
Uma das pautas de governo que mais recebem a atenção de Azambuja é a proteção das pessoas e do patrimônio, o que implica a ação firme na repressão à criminalidade. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) Mato Grosso do Sul ficou mais seguro em 2018, em comparação com os números do ano passado. Os crimes contra o patrimônio tiveram queda acentuada, principalmente em relação aos roubos nos estabelecimentos comerciais, passando de 668 casos em 2017 para 482 em 2018, uma redução de 28%. Das ocorrências em residências os números caíram 20%, sendo 493 no ano passado e 392 de janeiro a novembro. Esses números mereceram destaque nas avaliações feitas pelo Ministério da Justiça.
 
POLÍTICA - A vitória na campanha pela reeleição, após uma disputa difícil, trouxe grande alívio ao governador e afastou de cena o fantasma dos desgastes que o acossaram desde que entrou no alvo das delações premiadas dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos do Grupo J&F, holding que incorpora, entre outras empresas, a rede de frigoríficos JBS. 
As denúncias motivaram a criação de uma CPI na Assembleia Legislativa, cujo relatório final isentou o governador. Ainda assim, ele sofreu o constrangimento de ser convocado para depor na Polícia Federal. Também atravessou essa tempestade e pôde oficializar sua candidatura à reeleição. A disputa prometia ser dura. Mesmo com o ex-governador André Puccinelli (MDB) impedido pela Justiça de participar, outro candidato, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT) tornou-se a segunda opção competitiva e chegou a liderar as pesquisas. Porém, o saldo de governo e o forte apoio político e popular garantiram a reeleição no segundo turno.
 
NOVO MANDATO - Para os próximos quatro anos Azambuja desenha uma recomposição ainda mais inovadora do processo gerencial. Por meio de uma reforma administrativa fundamentada em metodologia mais dinâmica de resultados, eficiência e dinamismo, quer fazer do Estado um modelo de diversidade econômica e promoção humana, com investimentos ainda mais expressivos em saúde, educação, ciência e tecnologia, logística, serviços e integração. 
 
No conteúdo desta ambição destaca-se a afirmação de Mato Grosso do Sul como núcleo de referência estratégica do Mercosul e base avançada na integração latino-americana para alcançar o acesso ao Pacífico e aos grandes mercados da Ásia e da África, através da rota bioceânica, que começa  a ser concretizada em 2019 com a construção de duas pontes entre o Brasil e o Paraguai, bancadas pela Itaipu Binacional e inscritas em diversas intervenções reivindicatórias de Azambuja junto aos governos dos dois países.
 
 

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