O Pantanal de Mato Grosso do Sul apresentou um dado inédito no começo de 2025: a redução de 92,8% na área queimada em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e junho deste ano, foram registrados 42.840 hectares queimados, contra 595.728 hectares devastados em 2024. Os dados constam no primeiro boletim de Monitoramento de Incêndios Florestais do Estado, divulgado pelo Cemtec-MS (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), publicado no último dia 2.
A queda expressiva no número de incêndios reflete uma combinação de fatores, incluindo ações preventivas mais intensas, fiscalização reforçada, campanhas de conscientização junto a produtores rurais e condições climáticas mais favoráveis. Em 2024, o bioma sofreu com uma das piores temporadas de incêndios, exigindo reforço aéreo com aviões tanques e mobilização de bombeiros de vários estados.
Apesar do cenário positivo em 2025, as autoridades continuam em estado de alerta. O informativo indica que os meses de julho, agosto e setembro são considerados críticos, com previsão climatológica que aponta níveis de risco entre “Alerta” e “Atenção” em quase todo o território estadual. Em municípios do norte, nordeste e leste, há pontos classificados como “Alerta Alto”, exigindo monitoramento constante.
Outro ponto relevante foi a redução de 51,3% na área queimada do Cerrado e a ausência de incêndios em terras indígenas até o momento, o que também foi comemorado como avanço importante. O número de ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros caiu de 2.535 em 2024 para 1.038 em 2025, uma redução de 60%.
Especialistas apontam que a preservação do Pantanal não depende apenas de medidas emergenciais, mas também de políticas de longo prazo, envolvendo recuperação de áreas degradadas, controle do desmatamento e fortalecimento da gestão ambiental.
Organizações ambientalistas destacam que o Pantanal é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta e precisa de proteção constante para garantir o equilíbrio ecológico e a sobrevivência de inúmeras espécies.
Por fim, a expectativa é que as lições aprendidas nos últimos anos sirvam para consolidar uma nova cultura de prevenção, envolvendo poder público, comunidades locais e proprietários rurais em uma grande aliança em defesa do maior sistema de áreas úmidas do mundo.