Na manhã desta segunda-feira, a Jota FM recebeu Dartagnam Ramos Queiroz, responsável pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de Aparecida do Taboado. Durante a entrevista, conduzida por Nilda Telles, foram discutidos temas relacionados às mudanças na economia local, especialmente o avanço da citricultura e os desafios fitossanitários enfrentados pelos produtores.
Dartagnam destacou que a citricultura tem ganhado espaço no município, com mais de 3 mil hectares já plantados. "Aparecida do Taboado está acompanhando a tendência do Mato Grosso do Sul, que recebe produtores vindos de São Paulo em busca de novas áreas para o cultivo de laranja e limão", afirmou.
Entretanto, esse crescimento também traz desafios. Um dos principais é o combate à doença conhecida como Greening, que afeta pomares de citros e é transmitida pelo psilídeo, inseto que encontra abrigo na planta popularmente chamada de murta ou "dama da noite". "A murta é um hospedeiro do inseto, que se prolifera e espalha a doença. Em São Paulo, o Greening já causou prejuízos enormes, e agora os produtores estão investindo em nosso estado", explicou Dartagnam.
O secretário ressaltou que a pecuária, historicamente dominante na região, vem cedendo espaço para culturas como soja, milho e, agora, a citricultura. Essa transição pode atrair novas indústrias para o município. "Onde há citricultura, há indústrias. Existe uma grande possibilidade de termos uma esmagadora de suco de laranja instalada aqui no futuro", acrescentou.
Para combater o Greening, o município trabalha em um projeto de lei que proíbe a comercialização e cultivo da murta. "O estado de São Paulo já adotou essa medida, e estamos caminhando na mesma direção. Nos espaços públicos, já iniciamos a substituição da murta por outras espécies, e incentivamos a população a fazer o mesmo", explicou Dartagnam.
A população também pode ajudar na identificação da murta, uma planta de folhas pequenas e escuras, frequentemente usada como cerca viva. "Quem tiver dúvidas pode procurar a Secretaria de Meio Ambiente, que está à disposição para oferecer informações e orientação sobre como eliminar essa planta e evitar prejuízos econômicos no futuro", reforçou.
O compromisso com a segurança fitossanitária, segundo Queiroz, também torna a cidade mais atrativa para investidores. "Se conseguirmos manter a doença sob controle, Aparecida do Taboado pode se tornar uma potência na produção de citros", finalizou.
A entrevista foi encerrada com um convite para que todos fiquem atentos às iniciativas da Secretaria e participem ativamente na construção de um futuro sustentável para a citricultura local.