Desde a última segunda-feira (8), a estudante Carolina Arruda, de São Lourenço, está internada na Santa Casa de Alfenas, no Sul de Minas, para tratar uma condição extremamente dolorosa e rara: a neuralgia do trigêmeo. Conhecida como a "pior dor do mundo", essa doença causa dores intensas e constantes que têm afetado a jovem por anos.
Carolina, que já tentou várias alternativas para controlar sua dor, está agora sob os cuidados da Clínica da Dor da Santa Casa de Alfenas. Pela primeira vez, ela está experimentando uma nova medicação, oferecida gratuitamente por um médico que se sensibilizou com seu caso e decidiu ajudá-la.
O tratamento de Carolina ainda não tem prazo definido para terminar. Durante os próximos meses, ela passará por um processo gradual na clínica, especializada em dores crônicas — aquelas que persistem por mais de três meses sem solução. A fase inicial do tratamento pode durar aproximadamente 10 dias, período essencial para avaliar a evolução da doença.
Segundo o Dr. Carlos Marcelo de Barros, responsável pelo caso, Carolina passará por um processo de dessensibilização com medicações e realizará novos exames. "Na primeira fase do tratamento, ela vai receber medicamentos endovenosos, que são bastante potentes para dor. Ela ficará internada na UTI por precaução e cuidado. Todos os protocolos de hospitais que tratam esse tipo de paciente requerem que essas medicações sejam administradas em terapia intensiva. Ela ficará ali de três a quatro dias para tentarmos tirá-la desse momento agudo, desse sofrimento excruciante que já a acompanha há anos," explicou o médico.
O principal objetivo dessa fase inicial não é proporcionar alívio permanente, mas sim retirar Carolina do estado de dor aguda e intensa. "Não há expectativa de que essa fase inicial trate a dor dela de maneira persistente, mas precisamos tirá-la desse sofrimento agudo," acrescentou Dr. Carlos Marcelo.
Carolina permanece esperançosa com o novo tratamento, apesar das incertezas. "Já tentei diversas alternativas antes, mas essa é a primeira vez que vou usar essa nova medicação. O tratamento é gratuito e foi disponibilizado pelo médico que me procurou para ajudar," contou a estudante ao g1.
O caso de Carolina Arruda destaca a importância de avanços na medicina para o tratamento de condições crônicas e debilitantes como a neuralgia do trigêmeo, e a dedicação de profissionais de saúde em proporcionar alívio e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.