A zootecnista enfatiza que técnica e finanças devem caminhar juntasimagem ilustrativa

Em meio à instabilidade do mercado e à alta nos preços dos insumos agropecuários, os pecuaristas brasileiros enfrentam o desafio de manter a rentabilidade nas propriedades. Para a zootecnista Gabrielle Ricartes, entrevistada nesta sexta-feira (9) no programa Agro é Massa, a chave para superar esse cenário está na profissionalização da gestão no campo.

Atuando como gestora em uma empresa de consultoria rural no Mato Grosso do Sul, Gabrielle afirma que o primeiro passo é separar as finanças pessoais das contas da fazenda. “Na maioria das propriedades que atendemos, as contas ainda estão misturadas com as despesas da família. Isso compromete totalmente a análise financeira”, explica.

Segundo a especialista, abrir uma conta bancária exclusiva para a propriedade e registrar todas as entradas e saídas são atitudes básicas, mas fundamentais. “Trabalhamos com ferramentas adaptadas à realidade de cada produtor, desde softwares de gestão até planilhas simples de Excel. O essencial é mensurar, entender para onde o dinheiro está indo e o que está gerando retorno”, completa.

Além do controle financeiro, Gabrielle defende a adoção de tecnologias adaptadas à realidade de cada propriedade para otimizar os custos de produção. No caso da pecuária de engorda, o manejo estratégico da pastagem pode trazer grandes economias. “Quando se aproveita melhor o capim, é possível reduzir a frequência de correções de solo e adubação, o que se reflete diretamente no custo de produção”, destaca.

A zootecnista enfatiza que técnica e finanças devem caminhar juntas. “Não adianta ter uma tecnologia de ponta se o fluxo de caixa da fazenda não comporta aquele investimento”, finaliza.