Golpe financeiro com uso da IA atinge vítimas em Caarapó e outras cidades de MS

42 boletins de ocorrência foram registrados no Estado, com prejuízos superiores a R$ 1 milhão

16 JAN 2025Por Wander Ferreira08h33

A polícia de Mato Grosso do Sul investiga um golpe financeiro que vem afetando moradores de 11 cidades, incluindo Caarapó. Desde outubro de 2024, 42 boletins de ocorrência foram registrados em diversas delegacias do Estado, com 69 vítimas de uma plataforma que prometia lucros elevados por meio de robôs de inteligência artificial (IA) operando no mercado financeiro. A promessa era de retorno financeiro de até 90% do valor investido em um período de cerca de 50 dias.

De acordo com o delegado Wellington de Oliveira, ouvidor-geral da Polícia Civil, os golpes ocorreram principalmente em Dourados, Campo Grande, Bela Vista, Brasilândia, Ponta Porã, Rio Brilhante, Aquidauana, Caarapó (dois casos) , Angélica, Costa Rica e Paraíso das Águas. As vítimas, atraídas por promessas de grandes lucros, foram incentivadas a investir em uma plataforma chamada CoreWeave, que, após um período de sucesso aparente, parou de funcionar no início deste mês. As vítimas tentaram realizar saques e entrar em contato com o suporte, mas não obtiveram resposta, descobrindo que haviam sido enganadas.

A história de um dos casos registrados em Caarapó revela o modus operandi do golpe. Um jovem de 25 anos começou investindo na plataforma após ser atraído por uma propaganda nas redes sociais. Ele aplicou R$ 25 mil e, empolgado com os lucros diários, indicou outras pessoas, incluindo sua mãe e parentes. No entanto, quando tentou realizar o último saque em 6 de janeiro, a plataforma parou de operar. O prejuízo total para o grupo ultrapassa R$ 1 milhão, com mais de 400 investidores afetados.

O delegado alerta que é essencial que os investidores façam negócios apenas com instituições financeiras regulamentadas pelo Banco Central ou pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele enfatiza ainda que quem foi vítima desse golpe deve procurar imediatamente a polícia para registrar um boletim de ocorrência e colaborar com as investigações.

Os robôs de IA, embora reais, precisam de certificações apropriadas para operar legalmente. O caso segue em investigação, e a polícia continua apurando as circunstâncias que envolvem a plataforma CoreWeave e seus responsáveis.

Com informações de Viviane Oliveira/Campo Grande News.

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