Na manhã desta quinta-feira (3), a Aldeia Te’yikue, em Caarapó, foi palco da 3ª reunião do projeto “Fortalecer para Cuidar”, uma iniciativa interinstitucional que tem como objetivo promover o diálogo, o acolhimento e a valorização das mulheres indígenas, com foco no enfrentamento à violência doméstica e na defesa de seus direitos.
Idealizado pela promotora de Justiça, Fernanda Rottilli, da 1ª Promotoria de Justiça de Caarapó, o projeto nasceu de uma articulação entre o Ministério Público Estadual, o CRAS Indígena e lideranças locais, após o reconhecimento da vulnerabilidade vivida por mulheres nas aldeias. A proposta é criar um espaço contínuo de escuta, fortalecimento e empoderamento, sempre respeitando as especificidades culturais das comunidades indígenas.
O encontro contou com a presença de representantes de diversos órgãos públicos que integram a rede de apoio ao projeto, como Funai, Sesai, Defensoria Pública, Polícia Civil, Polícia Militar, além das secretarias municipais de Assistência Social, Saúde e Educação, CRAS Indígena e a coordenadoria da Política Pública para Mulheres, representada por Kamila Madureira.
Entre as autoridades presentes, estiveram a prefeita Maria Lurdes Portugal, a defensora pública Karina Figueiredo, a secretária de Assistência Social Katia Regina Murakami Baratelli, e a coordenadora do CRAS Indígena Luciene Cavalheri, além de lideranças femininas indígenas e comunitárias, consolidando o compromisso institucional com a causa.
Um dos momentos de maior impacto foi a palestra da convidada Araindia Pires, que tratou de temas como fortalecimento emocional, empoderamento e os direitos das mulheres indígenas. Sua fala, sensível e firme, gerou reflexão profunda nas participantes, incentivando o protagonismo feminino e a formação de redes de apoio dentro da própria aldeia.
Durante a roda de conversa, as mulheres presentes puderam compartilhar suas histórias, desafios e esperanças, num espaço seguro e respeitoso. A troca de experiências e a escuta ativa reforçaram a importância do apoio mútuo para o fortalecimento individual e coletivo.
A prefeita Lurdes disse que mais do que uma ação pontual, o projeto “Fortalecer para Cuidar” se consolida como uma estratégia contínua de enfrentamento à violência doméstica e promoção da cidadania em territórios indígenas. “Com base no diálogo e na presença ativa do Estado, a iniciativa busca transformar realidades, promovendo uma cultura de paz, equidade e respeito”, salientou.
A expectativa da rede organizadora é que os encontros se tornem uma política pública permanente em Caarapó, garantindo direitos, dignidade e proteção às mulheres indígenas, fortalecendo a união entre poder público e comunidades tradicionais.