Número de pessoas com nome sujo cai em Mato Grosso do Sul

30 JAN 2020Por Correio do Estado14h41

O porcentual de pessoas com o nome sujo em Mato Grosso do Sul caiu no ano passado. De acordo com dados da Boa Vista, o Estado apresentou redução de 8,6% no número de consumidores inadimplentes em um ano. Ao mesmo tempo, o indicador de recuperação de crédito também recuou em 8,1%, ou seja, menos consumidores ficaram negativados, porém, os que já estavam inadimplentes continuam.

Na comparação mensal, a inadimplência do consumidor sul-mato-grossense caiu 1,1% na comparação de dezembro de 2019 contra o mês anterior. Em Campo Grande, no comparativo de dezembro de 2018 até o mesmo período do ano passado, o indicador cedeu 7,8%. O porcentual de inadimplentes recuou, de um mês para o outro, tanto quanto no Estado (-1,1%). Já o indicador de recuperação de crédito, por sua vez, aumentou 0,1% na comparação mensal de dezembro contra o mês anterior, enquanto na variação anual o indicador diminuiu 11,5%.

De acordo com o economista da Boa Vista Flávio Calife, o cenário dos negativados do Estado é de estagnação. “A gente mede o fluxo de entrada e saída dos inadimplentes no nosso banco de dados. Ao mesmo tempo que tivemos a redução da entrada de novas dívidas, também diminuiu o número de pessoas que conseguiram recuperar o crédito, ou seja, não conseguiram pagar as dívidas. Isso é reflexo da redução de consumo”, explicou o economista.

Em Dourados, a inadimplência do consumidor recuou 0,5% na comparação mensal de dezembro contra o mês anterior, de acordo com os dados da Boa Vista, enquanto na variação interanual (mesmo mês do ano anterior) o indicador cedeu 12,8%. A recuperação de crédito do consumidor na cidade aumentou 0,3% na comparação mensal de dezembro em relação a novembro, enquanto na variação interanual (mesmo mês do ano anterior) o indicador obteve queda de 14,6%.

“São vários fatores que levam a essa situação de redução no consumo, como desemprego, cenário econômico, consumo fraco, etc. Em algumas regiões do País já é possível perceber mudanças, não no acumulado do ano, mas na comparação mensal. Nestes locais já é possível perceber uma queda da inadimplência e aumento da recuperação”, afirmou Calife. 

NACIONAL

O levantamento da Boa Vista aponta que no País a inadimplência do consumidor recuou 2,6% ao longo de 2019. No comparativo mensal, dezembro apresentou variação negativa de 1,4% em relação a novembro. Quando comparado o resultado contra o mesmo mês de 2018, o indicador caiu 0,7%.

Em 2019, todas as regiões registram queda na inadimplência: Sul (-5,2%) , Centro-Oeste (-3,8%), Nordeste (-2,6%), Sudeste (-1,8%) e Norte (-1,4%). Na comparação mensal, somente a região Nordeste apresentou alta ao variar 0,9%.
Conforme a Boa Vista, a queda da inadimplência observada a partir do fim de 2016 pode ser explicada pela maior cautela das famílias, pela capacidade de endividamento dos consumidores ainda limitada pelo fraco crescimento da renda e pelo efeito defasado da maior seletividade dos bancos no período mais agudo da crise. 

PERFIL

A Pesquisa Perfil do Consumidor Inadimplente aponta que o número de consumidores inadimplentes que pretendem fazer novas compras a prazo após quitarem suas dívidas atrasadas caiu de 18% para 15%, quando se compara o 2º semestre de 2019 com o mesmo período de 2018. . Outros 58% afirmam que não pretendem fazer novas compras a prazo (contra 56% no mesmo período de 2018), enquanto 27% ainda não sabem ao certo. 

Questionados sobre que tipos de produtos ou serviços geraram a restrição, a maioria indicou o pagamento de contas diversas (27%), seguido de empréstimo pessoal (15%) e custos de alimentação (15%). 

Entre os negativados, 28% dos consumidores afirmam que a restrição aconteceu ao comprarem bens ou contratarem serviços cujo pagamento estava atrelado ao boleto bancário. Depois vem o cartão de crédito (24%), o cartão de loja (13%), carnê de financiamento/crediário (13%), empréstimo pessoal (10%), cheque-especial (8%) e cheque pré-datado (4%).

ELABORAÇÃO DE INDICADOR

O indicador de registro de inadimplência é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas, e o indicador de recuperação de crédito é elaborado a partir das exclusões de registros informadas à Boa Vista pelas empresas credoras.

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