A inteligência da polícia paraguaia acredita ter encontrado, na manhã desta terça-feira (21), residência onde o PCC (Primeiro Comando da Capital) organizou o esquema de fuga de, ao menos, 74 presos da Penitenciária de Pedro Juan Caballero, na linha de fronteira com Ponta Porã, na madrugada de domingo (21).
Somente 48 horas depois da fuga em massa de integrantes da maior facção brasileira, setores da polícia paraguaia e Ministério Público realizaram operação de “varredura” no entorno do presídio. Conforme apurou o Campo Grande News junto à Polícia Nacional do Paraguai, a casa é localizada a, aproximadamente, 400 metros do presídio.
Autoridades paraguaias investigam esquema de corrupção no presídio e liberação de presos, parte deles durante a semana, ao invés da fuga pelo túnel escavado na ala destinada ao PCC, hipótese inicial veiculada pelo país vizinho. Ainda sem conclusão, a investigação no Paraguai já fala em uso de vans de fornecimento e saída, de presos, pelo portão principal.
Na casa, foram encontrados dois brasileiros, um homem e uma mulher, que estariam ligados à facção. O homem foi identificado pela polícia como Felipe Zambelli Pereira, de 28 anos, natural do Guarujá (SP). A polícia paraguaia afirma que ele tem antecedentes por crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de armas. A mulher, identificada como Denise Rolon de Oliveira, de 36 anos, é natural de Ponta Porã.
Na casa, a polícia paraguaia de antinarcóticos apreendeu 27 quilos de cocaína. A inteligência paraguaia afirma que o local servia como posto de comando do PCC, e que é possível que o espaço fosse frequentado por lideranças da facção. As pessoas presas durante a operação serão ouvidas pelo Ministério Público e conforme apurou o Campo Grande News, devem responder à Justiça do país vizinho.
A ação começou por volta das 7h30 e envolveu diferentes forças da segurança pública do governo paraguaio, com uso de helicóptero da polícia nacional. Além dos dois brasileiros encontrados na casa, a polícia prendeu outras 5 pessoas, de nacionalidade paraguaia, por crimes que variam de “violência familiar a roubo”.
A evasão em massa gerou afastamento de 32 pessoas, entre elas o diretor do presídio, Cristian Gonzales. Todos se negaram a falar a respeito do que aconteceu, depois de presos. A informação das autoridades paraguaias, segundo o jornal paraguaio ABC Color, é de que já foram capturadas imagens do circuito fechado, submetidas à perícia. Os funcionários afastados continuam presos em Pedro Juan Caballero.
Recapturados – Até agora, os únicos recapturados do grupo são 5: 1 brasileiro, que foi condenado no Paraguai com nome falso e 4 paraguaios. Três paraguaios, Ronald Francisco Brítez López, 20 anos, Orlando Manuel Torres Verón, 22 anos, e José Enrique Ullón Duarte, 27 anos foram presos em Concepción, a, aproximadamente 150 km de Pedro Juan Caballero, durante a madrugada desta terça-feira, e levados para a sede de investigação na cidade.
Ontem, durante a manhã, foi preso um brasileiro, natural do Maranhão, Luís Alves da Cruz, de 30 anos, em estrada vicinal na faixa de fronteira de Ponta Porã, às margens da BR-463, que havia sido preso, condenado e procurado, após a fuga, pelo nome falso de Eduardo Alves da Cunha.
Ainda durante a manhã de segunda-feira, outro preso foi recapturado pela Polícia Nacional do país vizinho. Segundo nota divulgada no site do governo paraguaio, pelo ministério do interior, ele é paraguaio, se Sabio Darío González Figueredo e foi encontrado quando tentava se esconder em uma casa na periferia de Pedro Juan Caballero, a apenas 200 m da penitenciária de onde escapou.