O desaparecimento de Thácia Paula, de 39 anos, ganhou novos contornos após o marido da vítima, principal suspeito do crime, mudar sua versão dos fatos e afirmar que ambos teriam caído no Rio Aporé após uma discussão, mas apenas ele conseguiu se salvar. O caso, que inicialmente era tratado como desaparecimento, agora é investigado como feminicídio. A Justiça decretou a prisão preventiva do acusado no decorrer desta semana.
O corpo de Thácia foi localizado na manhã de quarta-feira (14), boiando no meio do Rio Aporé, que faz divisa entre Mato Grosso do Sul e Goiás. Conforme o relato de Fátima Ramos, mãe da vítima, a filha foi sepultada em caixão lacrado. “Estou aliviada por ter encontrado minha filha, mas quero Justiça. Meu neto, filho único dela, está arrasado”, desabafou a mãe.
Nos depoimentos à Polícia Civil, o acusado apresentou diversas contradições. Inicialmente, ele disse que após uma briga na festa, teria deixado a companheira na beira da estrada. Depois, admitiu que discutiram às margens do Rio Aporé, onde, segundo ele, os dois caíram na água, mas apenas ele conseguiu sair. Entretanto, a Polícia Civil localizou sangue e outros vestígios dentro do veículo do suspeito, reforçando a hipótese de que Thácia foi morta antes de ser lançada ao rio.
Segundo a família, Thácia trabalhava em uma escola em Itajá (GO), onde a mãe também é funcionária. Como não compareceu ao trabalho na segunda-feira (12), Fátima Ramos entrou em contato com o genro, que alegou inicialmente não saber o paradeiro da esposa. “Eu perguntei diretamente: você matou a minha filha? Ele negou, mas já percebi que havia algo errado”, contou Fátima.
O caso ganhou celeridade após os bombeiros localizarem, nas margens do rio, a sandália e o brinco de Thácia. A partir daí, a Polícia Civil apreendeu o veículo do marido e solicitou à Justiça sua prisão temporária, convertida em preventiva após o parecer favorável do Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Agora, o acusado permanece à disposição da Justiça e o caso segue sob investigação da Polícia Civil de Cassilândia, que reforça a linha de feminicídio como motivação do crime.