Mato Grosso do Sul consolidou-se como o sexto maior parque industrial de processamento de soja do Brasil, com uma capacidade diária de 18.080 toneladas. De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o estado responde por cerca de 8% da capacidade nacional de processamento de oleaginosas. Em 2023, o volume processado foi de 17.292 toneladas diárias, superando as 14.298 de 2022.
Com um investimento previsto de R$ 5,76 bilhões no setor para 2024, o estado está entre os que devem ser impulsionados por esse crescimento. O Centro-Oeste concentra quase 44% do processamento de oleaginosas do Brasil, e Mato Grosso do Sul destaca-se na produção de farelo de soja, óleo e biodiesel. O diretor de Economia da Abiove, Daniel Amaral, prevê que o estado continuará entre os líderes do setor, especialmente com o aumento da mistura de biodiesel para 15% previsto para 2024.
Ezequiel Resende, economista-chefe da Fiems, também vê um cenário promissor para o estado nos próximos anos, com destaque para o crescimento das indústrias de soja e milho, que juntas aumentaram em 50% sua produção nos últimos cinco anos. Em 2023, a produção dessas culturas superou 27 milhões de toneladas, gerando um valor de mais de R$ 42 bilhões.
Um exemplo do crescimento industrial do estado é a construção de uma nova esmagadora de soja da Copasul, em Naviraí, com investimentos de R$ 1,4 bilhão. A planta deverá incrementar em 20% a capacidade de processamento de soja do estado e tem inauguração prevista para 2026, gerando 150 empregos diretos e beneficiando cerca de 1 milhão de toneladas de soja por ano.
O especialista Aldo Barrigosse ressalta que a soja, plantada, colhida e transformada no estado, representa 50% das exportações de Mato Grosso do Sul, fortalecendo a cadeia econômica e impulsionando a produção local e as exportações para o mercado internacional.