Crise no setor de transporte fechou 200 empresas de MS em três anos

Nos últimos três anos, cerca de 200 empresas de transporte de cargas fecharam as portas em Mato Grosso do Sul.

09 NOV 2016Por costa leste news07h46

Nos últimos três anos, cerca de 200 empresas de transporte de cargas fecharam as portas em Mato Grosso do Sul. O número é alto e expõem uma crise no setor, que afeta não só os empresários e seus funcionários, mas toda a população. "Se o transporte de cargas está em baixo é porque a economia não vai bem", afirma o presidente do Setlog/MS (Sindicato das empresas de transporte de cargas), Cláudio Cavol.
    

Nem o próprio presidente do sindicato conseguiu se livrar da crise econômica. Sua empresa, a Três Américas Transportes, uma das maiores do Estado, está há mais de um ano em recuperação judicial. Com dívidas milionárias e que englobam fornecedores, bancos e funcionários, a empresa teve a recuperação concedida no fim do mês passado.
  

No documento enviado à Justiça, a empresa alega que o cenário formado em volta do setor de transporte nos últimos anos foi "massacrante" para os empresários. No processo que tramita na Vara de Falências de Campo Grande, que há quase dez anos o governo federal liberou crédito por meio do BNDES para compra de caminhões, com boas condições de pagamento.
    

Diante da situação, muitas empresas fizeram dívidas, o que resultou no aumento da frota e queda no preço, criando uma grande crise. A criação da lei de controle de jornada de motoristas e aumento nos preços do combustível, pedágio e carga tributária, contribuíram para a situação atual.
    

Claudio Cavol não quis comentar sobre a situação de sua empresa, alegando que o assunto é antigo e tem pouca importância para o mercado. Porém, como presidente do sindicato, admitiu que o setor enfrenta problemas e busca soluções para reduzir os gastos, como a flexibilização da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).
  

 "A questão trabalhista onera o empresário", afirma Cavol, que foi  à Brasília para defender uma nova legislação de contrato de empresário. Para ele a questão não é tirar direitos, mas contratar trabalhadores sem o que ele chama de burocracia imposta pela CLT, principalmente pelos altos custos.
    

Trabalho - O problema do setor, que gera 10 mil empregos diretos e 30 mil indiretos no Estado, com as leis trabalhistas são alarmantes. Dados do TRT-MS (Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul), mostram que no ano passado, o setor de transporte foi responsável por 6% do total de ações trabalhistas em MS.
    

Só no ano passado, das 35.690 ações trabalhistas 2.080 foram contra empresas de transporte. Isso significa média de 173 ações/mês, ou ainda 8 ações contra a categoria por dia útil.
    

Para o sindicato, a flexibilização da CLT pode resolver esse problema. Ao mesmo tempo em que tira a responsabilidade do funcionário da empresa, Claudio Cavol afirma que aumentaria as contratações. "O empresário não contrata atualmente, por que não pode lidar com o custo".

Mato Grosso do Sul

Deixe seu Comentário

Leia Também