30 de março Dia Mundial do Transtorno Bipolar

A data é celebrada no dia do aniversário do pintor holandês Vincent Van Gogh, que foi diagnosticado, postumamente, como provável portador do transtorno. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde.

30 MAR 2021Por Redação00h05

O objetivo da celebração é chamar a atenção mundial para os transtornos bipolares, eliminar o estigma social e levar informação à população, educando e sensibilizando para a doença, que representa um desafio significativo para pacientes, profissionais de saúde, familiares e comunidade.

A causa exata do transtorno afetivo bipolar é desconhecida. No entanto, estudos sugerem que o problema pode estar associado a alterações em certas áreas do cérebro e nos níveis de vários neurotransmissores, como noradrenalina e serotonina. Esse desequilíbrio reflete uma base genética ou hereditária para o transtorno, que tem como principais características episódios depressivos alternados com episódios de euforia (também chamada de mania ou hipomania, dependendo da intensidade e da duração) e casos em que há uma mescla dos episódios depressivos com os de euforia.

Sintomas característicos da fase de euforia:

- sensação de extremo bem-estar;
- aceleração do pensamento e da fala;
- agitação e hiperatividade;
- diminuição da necessidade de sono;
- aumento da energia;
- diminuição da concentração;
- euforia ou irritabilidade;
- desinibição;
- impulsividade;
- ideias de grandiosidade e sensação de “poder”.

Sintomas característicos da fase de depressão:

- alterações de apetite com perda ou ganho de peso;
- humor deprimido na maior parte dos dias;
- fadiga ou perda de energia;
- apatia, perda de interesse ou prazer;
- pensamentos recorrentes de morte ou suicídio;
- agitação ou retardo psicomotor;
- sentimentos de culpa ou inutilidade;
- desânimo e cansaço mental;
- tendência ao isolamento tanto social como familiar;
- ansiedade e irritabilidade.

Diagnóstico:

O diagnóstico costuma ser bastante difícil e pode demorar em média dez anos para ser estabelecido devido a tratamentos equivocados, ausência de comunicação entre os profissionais envolvidos, desconhecimento sobre como a doença se manifesta, tanto por ser pouco conhecida quanto pela confusão dos seus sintomas com os de outros tipos de depressão, preconceito e autoestigmatização. O histórico do indivíduo é decisivo para o diagnóstico conclusivo, já que alterações de humor anteriores, episódios atuais ou passados de depressão, histórico familiar de perturbação do humor ou suicídio e ausência de resposta ao tratamento com antidepressivos alertam para o diagnóstico do transtorno bipolar.

Tratamento:

Transtorno bipolar não tem cura, mas pode ser controlado. O tratamento inclui o uso de medicamentos, psicoterapia e mudanças no estilo de vida, tais como o fim do consumo de substâncias psicoativas, (cafeína, anfetaminas, álcool e cocaína, por exemplo), o desenvolvimento de hábitos saudáveis de alimentação e sono e redução dos níveis de estresse.

Importância da adesão ao tratamento:

- redução das chances de recorrência de crises;
- controle da evolução do transtorno;
- redução das chances de suicídio;
- redução da intensidade de eventuais episódios;
- promoção de uma vida mais saudável.

O transtorno bipolar têm alto impacto na vida da pessoa e de seus familiares, trazendo significativo comprometimento dos aspectos sociais, ocupacionais e em outras áreas. O avanço dos medicamentos que tratam a doença diminuiu bastante o tempo que era dispendido em hospitalizações fazendo com que o tratamento domiciliar, centrado no cuidado da família e dos amigos seja de suma importância no suporte ao paciente.

A psicoterapia familiar é indicada para que pacientes e familiares consigam identificar, em suas relações cotidianas, atitudes e comportamentos que possam predispor ao desencadeamento dos sintomas. As atividades de orientação psicoeducacional, por sua vez, concorrem de forma significativa para difundir e compartilhar informações sobre a doença e seu tratamento entre todos os envolvidos.

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