Aluguel em agosto ficará 33,8% mais caro, aponta FGV

Segunda desaceleração anual do Índice responsável pelo reajuste dos contratos ocorre após alta de 0,78% do IGP-M em junho

29 JUL 2021Por Redação07h53

O índice utilizado para corrigir a maior parte dos contratos de aluguel no Brasil manteve e trajetória de alta iniciada há mais de um ano e subiu 0,78% em julho. A variação representa uma aceleração em relação ao salto de 0,6% registrado em junho.

Com a variação divulgada nesta quinta-feira (29) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) acumula alta 33,83% nos últimos 12 meses, percentual que será repassado às locações com vencimento no mês de agosto.

Significa dizer que os inquilinos que pagam atualmente um aluguel de R$ 1.300 terão que desembolsar R$ 1.739,79 (+R$ 439,79) todos os meses para continuar morando no mesmo imóvel. Para evitar o peso no bolso, especialistas recomendam a renegociação com o proprietário do imóvel.

O percentual acumulado a ser aplicado nos contratos de locação com vencimento em julho corresponde a um patamar 1,92 ponto percentual inferior ao reajuste dos contratos que venceram neste mês de julho (35,75%). A desaceleração no índice acumulado é a segunda desde a disparada iniciada em maio de 2020, quando o IGP-M passou a figurar em 6,51%, ante 6,68% do mês anterior.

Para André Braz, coordenador dos índices de preços da FGV, afirma que o resultado do mês ocorre com o aumento dos preços aos produtores, que subiram devido aos efeitos sazonais, exportações e a alta nos preços das rações.

Entre as variações, ele cita o minério de ferro (de -3,04% para 2,7%), adubos ou fertilizantes (de 5,7% para 14,28%) e leite in natura (de 6,2% para 5,74%). “No âmbito do consumidor, os destaques foram os energéticos. A tarifa elétrica avançou 5,87% e o GLP 4,05%”, analisa ele.

Reajuste pela inflação

Diante da diferença entre os indicadores, algumas imobiliárias já passaram a utilizar a inflação oficial para reajustar os novos contratos de aluguel. Uma proposta de mudança foi apresentada na Câmara pelo deputado Vinicius Carvalho (Republicanos-SP), mas esbarra no interesse dos shoppings e de financeiras que administram fundos imobiliários.

O governo também é contra a proposta de mudança por entender que ela estabelece uma “interferência indevida do Estado”. A avaliação é de que o uso do IPCA para os reajustes causaria muita judicialização, grande parte dos contratos não seriam renovados, e o preço médio da locação tenderia a subir.

O cálculo do IGP-M leva em conta a variação de preços de bens e serviços, bem como de matérias-primas utilizadas na produção agrícola, industrial e na construção civil. Por isso, a variação é diferente da apresentada pela inflação oficial, que calcula os preços com base em uma cesta de bens determinada para famílias com renda de até 40 salários mínimos.

 

 

 

Reprodução: EnfoqueMS

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