Brincadeiras tradicionais de outros tempos trazem a criançada para a Biblioteca Isaias Paim

12 OUT 2019Por Karina Medeiros de Lima07h52

Campo Grande (MS) – As crianças tomaram conta da Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaias Paim na manhã desta quinta-feira, 10 de outubro. Risos, alegria, espontaneidade e muita animação puderam ser vistos no primeiro dia das Oficinas da Semana da Criança.

Depois de iniciar o dia desenhando e pintando, os pequeninos brincaram de amarelinha adaptada para desenvolver a coordenação motora, brincaram de esconder e achar objetos, aos gritos de “quente” e “frio”, de telefone sem fio, com corda e copo, de peteca, além de ouvir as divertidas histórias contadas por Ciro Ferreira.

A professora de Artes de escola municipal, Antônia Borges, trouxe sua filha Yasmin Borges do Nascimento, de 8 anos, e sua sobrinha Kaline Delmondes de Souza, também de oito anos. “É muito bom resgatar essas brincadeiras. Hoje a maioria fica só na internet. Olha como eles ficam, eles se esquecem de tudo, conhecem brincadeiras antigas, mas que para eles são novas. E o Ciro é muito bom, as crianças ficam encantadas com ele. Aí eu decidi ir junto para me encantar também”.

Para Antônia, essas brincadeiras vão sendo esquecidas porque os pais não repassam pros filhos, pela falta de tempo. “A maioria trabalha o dia inteiro. Daí as crianças não se expressam como crianças. Imagina se cada pai e mãe fizesse um brinquedo desses com os filhos. Eu converso com minha filha, eu falo para ela como eu brincava, eu conto qual era meu lanche. Se os pais fizessem isso, seria outro olhar”.

A menina Yasmin diz que na escola ela só estuda e brinca de pega-pega e joguinho de celular. “Às vezes eu vou com a Yasmin no Parque do Sóter, e na casa do nosso vô. Lá a gente pula da árvore. A Yasmin não aprendeu ainda a subir na árvore, mas é fácil. Essas brincadeiras aqui a gente nunca tinha brincado, de peteca, de telefone sem fio, amarelinha. A gente gostou muito”.

Kaline, que quer ser youtuber, diz que na casa do seu avô têm oportunidade de andar de bicicleta e de patinete com a prima. “Meu avô também faz uma fogueira todo ano na festa junina e solta bombinhas. Eu quero ser youtuber quando crescer, porque eu soube que youtuber ganha muito dinheiro, daí eu vou ajudar minha família”.

 

Yasmin quer ser professora de artes, como a mãe, e também professora de educação física e veterinária, porque gosta muito dos animais. Segundo relatos da mãe, ela está no caminho certo: “Ela pega um livro todo dia na biblioteca da escola e faz as ilustrações das histórias que lê”, diz Antônia.

A advogada Marinalda Junges Rossi levou as filhinhas Clara Helena, de cinco anos, e Ana Luísa, de três, para participar das brincadeiras: “Esse tipo de evento de contação de histórias sem recursos tecnológicos caros é uma atividade muito lúdica, que estimula a criatividade e ensina que nessas brincadeiras simples também existe alegria e criatividade”.

O ministrante da oficina desta quinta-feira, Ciro Ferreira, concorda: “As brincadeiras estimulam a confiança. Essa questão lúdica da contação de histórias faz a criança poder sonhar e trabalha o emocional, que também é necessário. E a gente trabalha também a questão do tempo, porque a criança quer tudo rápido, e elas aprendem a ter mais paciência. A gente espera que elas levem este aprendizado, essas brincadeiras, para sua casa, para brincar com os pais, com o vizinho”.

As oficinas da Semana da Criança continuam nesta sexta-feira, 11 de julho, também das 8h30 às 11h30, com a contação de histórias e a brincadeira de Boi. A ministrante, Mariana de Castro, é acadêmica de Artes Cênicas da UEMS e estagiária da Biblioteca, e explica que na oficina, os folguedos brasileiros do boi são ressignificados como brincadeiras. O objetivo é trazer para a criança a importância dos folguedos populares no Brasil. Faremos um resgate das brincadeiras de roda porque desenvolve a empatia, trabalha o corpo e estimula a integração entre as crianças. Porque, afinal de contas, as manifestações populares só acontecem por conta da união”.

No mesmo dia, Daiane Marques, acadêmica do curso de Pedagogia da UFMS, ministra a Oficina Barangandã. As crianças vão aprender a confeccionar o brinquedo com diversos materiais, como jornal, barbante, tesoura sem ponta e papel crepom de diversas cores. A brincadeira com barangandã, além de estimular a criatividade e a coordenação motora, trabalha a percepção visual e o movimento.

A Biblioteca Pública Estadual Dr. Isaías Paim fica no 2º andar do Memorial da Cultura e Cidadania (Avenida Fernando Correa da Costa, 559). Traga seus filhos, sobrinhos, netinhos e amiguinhos para participar da brincadeira! As inscrições são gratuitas e podem ser feitas na hora, ou pelo telefone (67) 3316-9161. As crianças devem trazer lanche.

Fotos: Nivaldo Júnior

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