Pesquisa indicou que não houve diferença clínica na evolução de pacientes com quadros graves da covid-19 e que receberam plasma de pessoas recuperadas da doença. A coleta do material para o estudo foi feita em Campo Grande, em campanha realizada em junho, com a participação do cantor Mariano.
Em Mato Grosso do Sul, foram coletadas amostras de 63 pessoas, algumas delas, com mais de uma doação, e quatro pacientes graves receberam a transfusão.
O tratamento foi encabeçado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo) e contou com apoio de vários hemocentros no país, entre eles, o de Mato Grosso Sul.
Quando a campanha foi lançada em Campo Grande, a intenção era atrair doadores do sexo masculino, que tiveram covid e estavam curadas há pelo menos 15 dias. A especificação seria decorrente do anticorpo encontrado no sistema imunológico dos homens. Além do cantor Mariano, da dupla Munhoz & Mariano, o senador Nelsinho Trad também foi um dos doadores.
A intenção, conforme informações divulgadas pela USP era neutralizar o vírus em pacientes que não tinham imunidade, pelo menos em quantidade suficiente.
O hematologista Gil Cunha De Santis, do Hemocentro do Ribeirão Preto, diz que o plasma foi aplicado em pacientes na fase grave da doença, porém, não houve identificação de melhora no quadro clínico. Santis disse talvez a transfusão pudesse ter efeito em casos com até três dias de diagnóstico, com sintomas leves, mas o estudo não foi direcionado para este grupo e, por isso, não há qualquer fundamentação. “De qualquer modo, foi importante fazer o estudo, foi trabalho importante”.