Estudo mostra que plasma coletado em MS não surte efeito em caso grave de covid

Coleta foi feita em junho, em campanha com cantor Mariano; estudo demonstra que não houve melhora no quadro clínico dos pacientes

06 FEV 2021Por Campo Grande News09h02

Pesquisa indicou que não houve diferença clínica na evolução de pacientes com quadros graves da covid-19 e que receberam plasma de pessoas recuperadas da doença. A coleta do material para o estudo foi feita em Campo Grande, em campanha realizada em junho, com a participação do cantor Mariano.

Em Mato Grosso do Sul, foram coletadas amostras de 63 pessoas, algumas delas, com mais de uma doação, e quatro pacientes graves receberam a transfusão.

O tratamento foi encabeçado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (Universidade de São Paulo) e contou com apoio de vários hemocentros no país, entre eles, o de Mato Grosso Sul.

Quando a campanha foi lançada em Campo Grande, a intenção era atrair  doadores do sexo masculino, que tiveram covid e estavam curadas há pelo menos 15 dias. A especificação seria decorrente do anticorpo encontrado no sistema imunológico dos homens. Além do cantor Mariano, da dupla Munhoz & Mariano, o senador Nelsinho Trad também foi um dos doadores.

A intenção, conforme informações divulgadas pela USP era neutralizar o vírus em pacientes que não tinham imunidade, pelo menos em quantidade suficiente.

O hematologista Gil Cunha De Santis, do Hemocentro do Ribeirão Preto, diz que o plasma foi aplicado em pacientes na fase grave da doença, porém, não houve identificação de melhora no quadro clínico. Santis disse talvez a transfusão pudesse ter efeito em casos com até três dias de diagnóstico, com sintomas leves, mas o estudo não foi direcionado para este grupo e, por isso, não há qualquer fundamentação. “De qualquer modo, foi importante fazer o estudo, foi trabalho importante”.

 

 

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