A imprensa estadual está cobrando do secretário de estado de Infraestrutura, Eduardo Riedel, uma posição no sentido de corrigir falhas existentes no projeto da Rodovia MS-040 que liga o município de Santa Rita do Pardo a Campo Grande, encurtando a distância entre o interior do Estado de São Paulo e a Capital de Mato Grosso do Sul.
O alerta ao secretário, que é pré-candidato a governador de MS, pelo PSDB, foi feito diante do crescente número de acidentes com vítimas fatais na rodovia como foi o caso da tragédia registrada na noite do último domingo, 6, quando uma carreta bateu violentamente em um ônibus, que estava parado à margem da pista, com problemas mecânicos.
Segundo especialistas em trânsito, esse último acidente aconteceu exclusivamente devido à falta de acostamento na rodovia, o que fez com que o ônibus com problemas mecânicos ficasse estacionado na estrada ocupando quase que toda a pista de rolamento no sentido Santa Rita do Pardo a Campo Grande.
Porém, segundo os usuários da rodovia, os riscos oferecidos a quem trafega pela MS-040 não são creditados exclusivamente à inexistência de acostamentos laterais. Vários outros fatores têm somado para colocar milhares de vidas em risco permanente, como foi o caso do acidente de domingo à noite que matou tragicamente quatro pessoas.
À falta de acostamento se somam as imensas crateras que foram se abrindo nas pistas, devido à baixa qualidade do pavimento, os animais silvestres, em especial os grandes de grande porte, como as antas, que circulam livremente pela rodovia no período noturno e, o mais relevante, o aumento contínuo do fluxo de veículos que buscam a rodovia para chegar ao Estado de São Paulo, partindo não só de Campo Grande, como de várias outras regiões do Estado.
Quando inaugurada, a rodovia foi tratada até com certo desdém, pois, na opinião de alguns “especialistas”, a estrada teria pouca importância porque ligava Campo Grande à pequena cidade de Santa Rita do Pardo.
O tempo corrigiu o conceito errôneo sobre a importância da estrada que se tornou uma das movimentadas do Estado e deixou pública a negligência dos responsáveis pela execução da obra que a trataram como se fosse uma estradinha municipal sem nenhuma relevância.
Por sinal, no verdadeiro compêndio jurídico que vem se transformando o processo que analisa possível prática de corrupção na execução de obras de pavimentação asfáltica durante o período em que o ex-deputado federal Edson Giroto esteve à frente da Secretaria Estadual de Obras, há um capítulo especial sobre a MS-040 executada em tempo recorde e que hoje expõe uma triste realidade no ranking das estradas mais violentas do Estado.
Especialistas enfatizam que, devido à precariedade do asfalto; à falta de conservação, inexistência de acostamento, aumento do fluxo de caminhões, carretas e ônibus, além da utilização muito grande por motoristas de veículos de passeio, e por cortar uma região onde a fauna é muito rica, a MS-040 já está ocupando o lugar da BR-163 no ranking das rodovias da morte em Mato Grosso do Sul.
O questionamento que fica no ar é se vai se esperar mais vidas serem ceifadas para então tomar medidas que equacionem o problema?
Com a palavra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel, que certamente têm interesse em resolver esse problema que pode manchar o nome de ambos com o sangue derramado das muitas vidas que estão sendo ceifadas na referida rodovia.