Gusttavo Lima é indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa

Lima também é suspeito de vendas irregulares de aeronaves a empresários ligados a jogos ilegais. Um avião da Balada Eventos foi vendido duas vezes para investigados, uma vez para uma empresa relacionada a uma família de bicheiros

30 SET 2024Por Redação Sidrolândia08h33

O cantor Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. A investigação, realizada pela Polícia Civil de Pernambuco na Operação Integration, abrange 53 alvos em seis estados, incluindo bicheiros e a influenciadora Deolane Bezerra. O indiciamento ocorreu em 15 de setembro, e agora o Ministério Público decidirá se apresentará denúncia à Justiça. A defesa de Lima nega quaisquer irregularidades.

A polícia encontrou R$ 150 mil na sede da empresa do cantor, Balada Eventos, e apreendeu notas fiscais sequenciais que indicam possíveis práticas de lavagem de dinheiro. Segundo o advogado criminalista Rodrigo Andrade Martini, a lavagem de dinheiro se dá quando valores ilícitos são integrados à economia legal, geralmente através de transações fictícias.

Lima também é suspeito de vendas irregulares de aeronaves a empresários ligados a jogos ilegais. Um avião da Balada Eventos foi vendido duas vezes para investigados, uma vez para uma empresa relacionada a uma família de bicheiros. As investigações indicam que o dinheiro proveniente de jogos ilegais estava sendo misturado a valores legais, criando uma rede complexa de lavagem.

Além disso, o casal José André da Rocha Neto e sua esposa Aissla, investigados na operação, apresentaram movimentações financeiras incompatíveis com seus rendimentos declarados, incluindo gastos de R$ 2,4 milhões em lojas de grife. A polícia suspeita que essas movimentações envolvem dinheiro de origem criminosa.

No dia da operação, Lima estava na Grécia, comemorando seu aniversário com amigos. Após o retorno, ele foi intimado a depor e teve sua prisão decretada, embora essa decisão tenha sido revogada rapidamente. O cantor afirmou em vídeo que não tinha relação com as transações investigadas e que as vendas de aeronaves foram realizadas de forma legítima.

A defesa de Lima argumenta que o dinheiro encontrado era para pagamentos legítimos e que ele não é sócio da empresa de apostas Vai de Bet, embora um inquérito indique que ele tenha se tornado sócio em julho. O Corinthians, sua ex-patrocinadora, também é parte de outra investigação relacionada à empresa.

A situação trouxe à tona preocupações sobre a regulamentação das apostas no Brasil, especialmente após a revelação de que grande parte das apostas vem de plataformas irregulares. O governo está se preparando para a regulamentação em 2025 e já planeja suspender operações de apostas não autorizadas.

Apesar da turbulência, a agenda de shows de Gusttavo Lima permanece, com apresentações recentes em várias cidades, onde ele continuou a reforçar mensagens de honestidade e lealdade ao público.

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