O primeiro mês deste ano não foi fácil para muitas famílias. Foram dias marcados pelas mortes brutais de 5 mulheres em Mato Grosso do Sul, mais que o dobro comparado com mesmo período em 2021, em que foram registrados 2 feminicídios. Até o momento, já são oito mulheres que perderam suas vidas assassinadas por companheiros, filhos, pessoas próximas de seu convívio. são cenas que chocam a sociedade e que cada vez mais violentas.
Conforme se manifestou o deputado Estadual Felipe Orro, os crimes não fazem distinção de idade. As vítimas vão desde adolescentes até mulheres centenárias, como a idosa de 103 anos que foi espancada até a morte por seu genro."No geral, o padrão é sempre o mesmo. As mulheres assassinadas foram vítimas de seus companheiros, pessoas de convívio próximo. Na maioria absoluta dos casos, os autores destes crimes bárbaros fogem por temerem represálias da sociedade, verdadeiros covardes", desabafa o deputado.
Em Campo Grande foram registrados dois casos de feminicídio em 2021, o menor número dos últimos 5 anos em relação ao primeiro ano da pandemia, quando 12 mulheres foram assassinadas. Enquanto isso, as mortes no interior do Estado aumentaram em 22,22%, se comparado a 2020, quando foram 27 casos.
Mato Grosso do Sul tem a segunda maior taxa de feminicídio de todo o Brasil e está empatado com o Estado de Roraima. Segundo o Anuário de Segurança Pública, do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), a média de crimes nos dois estados é de três ocorrências a cada 100 mil habitantes.
"Sabemos que os dados não são precisos. Muitos casos não são registrados como feminicídio", alerta Felipe.
O femicídios é um crime previsto desde 2015 e sua pena se agrava quando é cometido assassinato de mulheres na condição de cônjuge ou companheiro, ou até mesmo por menosprezo à vítima.
"Em 2020 foram 111 homicídios de mulheres aqui no Estado, 4,5% a mais que no ano anterior. Em 2019 foram registrados 105 assassinatos e já naquela época, levei a público na Tribuna da Assembleia, minhas angústias e preocupações sobre essa triste realidade", lembra o parlamentar.
Recentemente, dois casos chocaram o Estado. Um filho esfaqueou brutalmente a mãe e um militar matou sua companheira e justificou seu ato criminoso porque a vítima o fez "chegar ao limite".
"De qual limite estamos falando? O que estamos vendo é a banalização da morte, é pura violência contra milhares de esposas, mães, filhas; que muitas vezes lutam não só para criarem seus filhos e manterem suas famílias erguidas, mas que agora, são obrigadas a lutarem para não morrerem nas mãos de seus parceiros ou parentes próximos, pelo simples fato de serem mulheres. Essa epidemia da violência contra mulheres aqui no Estado tem que acabar!