No dia 6 de março de 1817, um dos episódios mais marcantes da história do Brasil aconteceu em Pernambuco. Foi nessa data que o capitão José de Barros Lima, conhecido como "Leão Coroado", desafiou o domínio português ao assassinar o comandante que lhe dera voz de prisão e, com o apoio de aliados, tomou o quartel do Regimento de Artilharia no bairro de Santo Antônio, no Recife. O evento é amplamente reconhecido como o estopim da Revolução Pernambucana de 1817.
A revolta, que teve forte influência dos ideais iluministas e republicanos, surgiu como resposta à insatisfação dos pernambucanos com os altos impostos e a exploração econômica imposta pela Coroa Portuguesa. O movimento ganhou rapidamente a adesão de militares, comerciantes, intelectuais e até setores do clero, que ansiavam por mudanças políticas e sociais.
Após a ação de Leão Coroado, a revolução se espalhou pelo Nordeste, levando à criação de um governo republicano provisório em Pernambuco. Os revoltosos declararam a independência da província e elaboraram uma Constituição própria, tornando-se um dos primeiros movimentos separatistas de grande impacto no Brasil colonial.
Apesar da bravura dos insurgentes, a revolução foi duramente reprimida pelas forças portuguesas. Em poucos meses, o movimento foi sufocado, resultando em execuções e exílios dos líderes rebeldes. No entanto, a Revolução de 1817 deixou um importante legado para a história brasileira, sendo considerada um dos primeiros passos concretos rumo à independência do país, que seria consolidada cinco anos depois, em 1822.
O 6 de março, portanto, simboliza a coragem e a luta por liberdade do povo pernambucano, marcando um capítulo fundamental na construção da identidade nacional brasileira.