Produtor que já colocou desinfetante em mel é preso com nova remessa

Homem foi preso com 106 frascos de mel e rótulos.

09 JUL 2024Por Nilda Telles06h42

A Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra as Relações de Consumo) apreendeu 106 frascos de mel impróprios para consumo. Os produtos eram vendidos por um homem que já era monitorado pela Polícia, por ter sido flagrado anteriormente com material adulterado contendo xarope, açúcar e até desinfetante com cheiro de eucalipto.

A prisão de Edmilson Rodrigues, 56 anos, aconteceu hoje por volta das 8h30 no posto da PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Anhanduí, quando ele estava a caminho de Campo Grande para vender os produtos. Na capital, os potes eram comercializados na rotatória da Avenida Tamandaré.

O “produtor” não possui NIF (Número de Identificação Fiscal) ou qualquer alvará para a comercialização de mel, segundo informações da Polícia Civil. Os 106 potes ainda passarão por avaliação.

Em 2022, Rodrigues já tinha sido detido pelo mesmo crime em Dourados. Na casa dele, foram encontrados frascos e mel produzidos por ele, em casa.

Naquela ocasião, um laudo emitido pelo Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) avaliou que o produto era fraudado e não poderia ser caracterizado como mel. Foram encontrados açúcares e xaropes superaquecidos, além da formação de HMF (Hidroximetilfurfural), substância que, ingerida em altas quantidades, pode causar danos ao fígado, rins e sistema nervoso central.

Nos rótulos apreendidos com ele, tanto em 2022 quanto agora, consta que o mel seria produzido em fazendas de Goiás ou Minas Gerais, mas a fabricação era realizada na casa dele, em Dourados. Os nomes dos produtos variavam: “Abelha Fofinha”, “Mel Silvestre”, “Mel Campestre”, “No Favo”. Atualmente, o produto era chamado “Mel Serrano”.

O custo de produção era de R$ 3, sendo vendido por R$ 20 a R$ 25 o litro. Segundo a Polícia Civil, ele comercializava 1.000 litros por semana.

Rodrigues revendia o mel adulterado em Maracaju, Aral Moreira e Bandeirantes. Em uma fiscalização anterior, foi encontrado desinfetante com cheiro de eucalipto na composição do produto comercializado no interior do Estado.

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