A Polícia Civil de Sidrolândia investiga um possível caso de abuso contra uma criança de 5 anos em uma escola da rede municipal. A denúncia, feita por uma mãe de 36 anos, aponta que o filho teria sofrido castigos físicos por parte de uma professora. Segundo o relato, o menino foi obrigado a ficar longos períodos ajoelhado como forma de punição, o que lhe causou dores e uma inflamação muscular.
O episódio teria ocorrido no dia 14 de abril. Ao chegar em casa, a babá da criança percebeu que ele se queixava de fortes dores nas pernas. Em um primeiro momento, o garoto afirmou que havia batido a cabeça na escola, mas a mãe, preocupada com o estado do filho, o levou imediatamente para atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade.
Enquanto aguardava consulta, o menino revelou à avó que as dores poderiam ter sido causadas por ter sido forçado a ficar de joelhos na escola, como castigo imposto pela professora. Segundo a criança, a docente o obrigava a permanecer nessa posição mesmo diante de reclamações e dores, chegando a aumentar o tempo da punição em cinco minutos como resposta às queixas. O garoto disse que orava para ser liberado do castigo.
O exame realizado na unidade de saúde não identificou fraturas, mas apontou inflamação muscular. O menino recebeu prescrição de medicação para os próximos cinco dias.
Outras crianças confirmam o castigo
Indignada, a mãe procurou a escola para esclarecer os fatos, mas não encontrou a professora no primeiro momento. No dia seguinte, ela retornou à unidade e conversou com a docente e com a diretora. A professora negou ter submetido o aluno ao castigo físico, mas admitiu que, como método educativo, costumava retirar brinquedos e lanches das crianças.
A situação se agravou quando outro aluno confirmou ter sido submetido ao mesmo tipo de punição, com o relato sendo corroborado por uma colega de turma. Ao conversar com os demais estudantes, a mãe relatou que todos confirmaram a prática e demonstraram como o castigo era aplicado.
Diante da frustração com a falta de providências por parte da escola, a família decidiu registrar um boletim de ocorrência e procurou a Secretaria Municipal de Educação. Em entrevista, a mãe expressou desespero e preocupação com os possíveis traumas que o filho possa desenvolver em razão do ocorrido. “Me sinto impotente. A gente entrega nossos filhos para a escola confiando que estarão seguros. Saber que ele estava sofrendo isso e ninguém fez nada é desesperador”, declarou.
Investigação em curso
A Polícia Civil informou que já colheu os depoimentos da mãe, da avó da criança, da direção da escola e de auxiliares. O próximo passo será ouvir o menino por meio de depoimento especial, método utilizado para evitar revitimização de crianças e adolescentes em processos de investigação.
Em nota oficial, a Prefeitura de Sidrolândia, por meio da Secretaria Municipal de Educação, comunicou a abertura de uma sindicância administrativa para apurar os fatos com rigor e transparência. A nota também afirmou que a família foi prontamente atendida tanto pela escola quanto pela Secretaria e destacou o compromisso da gestão municipal em garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos os alunos da rede.
As investigações seguem em andamento. A identidade da escola e dos envolvidos está sendo preservada até a conclusão dos procedimentos legais.