Em um dia histórico na política do Brasil, o presidente Fernando Collor de Mello renunciava ao cargo em uma data como esta, no ano de 1992. Collor já havia sido afastado da presidência no começo de outubro por conta das denúncias de corrupção em seu governo. Anteriormente, no dia 29 de setembro, a Câmara de Deputados havia votado pelo seu impedimento (impeachment) por 441 contra 33 votos. Ele renunciou um dia antes de ser condenado pelo Senado. Desta maneira, perdeu o mandato e ficou inelegível por oito anos. Com sua saída, a presidência foi assumida pelo então vice Itamar Franco.
Collor, então o presidente mais jovem do Brasil, na época com 40 anos, estava no poder deste 15 de março de 1990. Ele teve um governo marcado pelo Plano Collor, abertura do mercado nacional às importações e o início de um programa nacional de desestatização. Inicialmente, as medidas do seu Plano tiveram uma boa aceitação, mas ao longo do tempo aprofundaram a recessão econômica e aumentaram inflação, que chegou aos 1200% ao ano.
Para agravar ainda mais o quadro, um grande esquema de corrupção foi denunciado pelo seu irmão Pedro Collor de Mello, em maio de 1992. Entre os envolvidos, estavam o tesoureiro Paulo César Farias (peça central no esquema), ministros, amigos e até a primeira-dama Roseane Collor.