Assembleia Verde: Conheça as ações de MS para reduzir a emissões de gases de efeito estufa

As mudanças climáticas estão no centro das atenções em âmbito mundial em razão dos iminentes desastres ambientais, como as secas, tempestades e enchentes.

22 JUN 2021Por Heloíse Gimenes10h31

Na estreia da programação especial para debater a agenda climática, a TV ALEMS traz uma entrevista com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck. O assunto é o que do Estado de Mato Grosso do Sul está fazendo para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, e assim cumprir o Acordo de Paris, assinado em 2016, que prevê medidas para desacelerar o aquecimento global.

Ben Hur Ferreira, coordenador da Escola do Legislativo Ramez Tebet, será o apresentador do programa, que estreia nesta terça-feira (22), às 14h30. O público poderá acompanhar pelo canal 9 da Claro Net TV, TV ALEMS, Youtube, Facebook e Rádio ALEMS. 

Estado Carbono Neutro

As mudanças climáticas estão no centro das atenções em âmbito mundial em razão dos iminentes desastres ambientais, como as secas, tempestades e enchentes. A emissão dos gases de efeito estufa contribui para o aquecimento global e precisa de ações reais dos países para minimizar seu impacto sobre o ambiente.

Jaime Verruck explica que a maioria das emissões dos gases causadores do efeito estufa está relacionada com a mudança de uso da terra e a atividade agropecuária. “Em Mato Grosso do Sul esta mudança não se dá pelo desmatamento, mas pela troca de pastagem degradada por uma agricultura integração lavoura, pecuária e floresta. E, exatamente isso, que torna essa atividade carbono positivo”, disse.

O Governo do Estado desenvolve a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), que foi estabelecida pela Lei 4.555/2014, de autoria do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Paulo Corrêa (PSDB). Conforme Verruck, estão sendo trabalhadas quatro vertentes: energia renovável, uso da terra, agropecuária, resíduos sólidos e indústrias.

“Temos avanços nos últimos anos. Mato Grosso do Sul era um Estado basicamente voltado para pecuária. Em 1991, chega ao primeiro um milhão de hectare de plantio direto, essa foi a primeira tecnologia que é extremamente utilizada para mitigação de gases de carbono. Em 2000, a partir do ICMS Ecológico, passamos a incentivar os municípios a usar práticas de baixo carbono e sustentáveis. Recentemente, criamos o Siga [Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio], onde acompanhamos via satélite todas as atividades produtivas no Estado”, afirmou.

O secretário citou ainda outros dois projetos iniciados em 2012, o Biota e o Bioergia, ambos direcionados para o desenvolvimento da biodiversidade e bioenergia. Em 2016, teve início o Programa Estado Carbono Neutro. “A partir de então, toda política pública voltada para indústria, pecuária e agropecuária, tem inserida na sua base requisitos de sustentabilidade, os quais são transformados em medidas de carbono. Um exemplo é o Programa Precoce MS, que dá incentivo fiscal aos produtores que reduzirem o tempo de abate dos bovinos no Estado. Quem participa deste programa necessariamente deve ter boas práticas agropecuárias e atender os protocolos definidos pela Embrapa”, destacou.

Leitão Vida é outro projeto realizado pelo Estado, visando expandir a suinocultura de forma moderna, competitiva e com capacidade para atender aos mercados mais exigentes. Em 2019, o governo inicia O Plano de Agroecologia, Produção Orgânica e Extrativismo Sustentável Orgânico de Mato Grosso do Sul. No ano passado, foi lançada a carne carbono neutro certificada. “Através da integração lavoura, pecuária e floresta, Mato Grosso do Sul criou uma carne certificada. Ela é produzida de tal forma que todas as emissões que ocorrem são equilibradas com a questão da produção de floresta. Essa carne é vendida para o mundo inteiro e o Estado se torna referência. Hoje, já estamos discutindo a soja carbono neutro, também nesta mesma prática”, conta o secretário.

O Programa Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal também  desponta como uma das ações do Estado para o fortalecimento e aprimoramento da atividade pecuária na região pantaneira, com a adoção de boas práticas de produção e manejo dos animais, de forma integrada ao meio ambiente, conservando e protegendo as características únicas do bioma.    

Mato Grosso do Sul faz parte do Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), do Governo Federal, destinado ao financiamento de tecnologias e sistemas de produção nas propriedades rurais, para promover uma agropecuária mais adaptada à mudança climática e também mitigadora de gases de efeito estufa. 

Verruck ainda falou sobre os projetos de bioeconomia. Segundo o secretário, 38% do total da área de Mato Grosso do Sul em vegetação nativa. “É um ativo que precisa ser preservado. De 2010 até 2021, Mato Grosso do Sul saiu de 21 milhões de hectares de pastagens e passamos para 18 milhões, ou seja, trocamos mais de três milhões de pastagens por grãos, florestas, cana e recuperação das próprias pastagens. Então, esse é o caminho que estamos desenvolvendo para promover uma agropecuária mais adaptada à mudança climática e também mitigadora de gases de efeito estufa”, ressaltou.       

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