Às 00h19 deste domingo (29), uma tentativa de homicídio chocou a cidade de Jardim. Uma dupla em moto disparou seis tiros em direção à janela do quarto da prefeita e candidata à reeleição, Clediane Matzenbacher (PP), enquanto ela e seu marido dormiam a apenas 50 centímetros do local. As câmeras de segurança da residência registraram o momento da ação criminosa.
Clediane relatou que acordou com o barulho e, inicialmente, pensou que se tratava de uma pedra. Assim que percebeu a gravidade, pediu para o marido se abaixar e acionou a polícia. “A situação foi extremamente assustadora”, desabafou a prefeita.
Com o abalo emocional, ela decidiu suspender seus compromissos de campanha e aguardar as orientações das autoridades. Para garantir sua segurança, solicitou uma escolta militar. O caso está sendo tratado como uma tentativa de homicídio, e as imagens de câmeras de segurança dos vizinhos serão analisadas. A prefeita ressaltou que, apesar de sua casa ter passado por reformas recentemente, o quarto do casal é amplamente conhecido por estar no segundo piso, com a janela voltada para a rua.
"Se os tiros tivessem sido 50 centímetros mais baixos, eu poderia ter sido atingida", afirmou, visivelmente impactada pela situação. Clediane não recebeu ameaças diretas ou informações sobre a autoria do crime, mas está exigindo uma investigação rigorosa. O secretário de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, prometeu reforçar as investigações, enquanto a senadora Tereza Cristina (PP) anunciou que solicitará apoio da Polícia Federal.
Apesar do medo que a situação trouxe, Clediane garantiu que não desistirá de sua candidatura: “De jeito nenhum. É hora de mostrar nossa honestidade. Não é justo trabalhar duro e ser alvo de violência. Me senti impotente e estou apavorada com o que podem tentar fazer comigo e meus filhos.”
Clediane, que já havia contratado segurança particular na eleição anterior, é a primeira mulher a ser eleita prefeita de Jardim. Ela lamentou o aumento da tensão nesta fase final da campanha, mencionando a prisão de um cabo eleitoral e diversas acusações. “O que me deixa mais revoltada é que, com os homens, nada acontece. Sou a única mulher e a única ameaçada”, concluiu, refletindo sobre a desigualdade que enfrenta.