Ler é Viver aborda publicações de autores de MS finalistas do Prêmio Jabuti

26 FEV 2021Por João Humberto11h08

Nesta segunda-feira (1), às 8h, na TV ALEMS, vai ao ar a edição de março do programa Ler é Viver, que aborda duas publicações de autores que moram em Mato Grosso do Sul, finalistas do 62º Prêmio Jabuti de Literatura, realizado ano passado. A coletânea “Itúkeovo Têrenoe”, organizada pela professora Denise Silva, foi indicada à categoria ‘Fomento à Leitura’, enquanto o livro “Ototo”, escrito por Henrique Komatsu, concorreu na categoria ‘Conto’. 

O Prêmio Jabuti é o mais tradicional prêmio literário do Brasil, concedido desde 1959 pela Câmara Brasileira do Livro. O objetivo é premiar autores, editores, ilustradores, gráficos e livreiros, sendo a originalidade das produções um critério de julgamento muito importante.

“Itúkeovo Têrenoe”, que na língua terena quer dizer ‘jeito de fazer terena’, é composta por box com quatro livros inéditos e escritos em língua terena por professores indígenas do município de Miranda: Véxetinahiko (Nossa Literatura), Kixóvoku Vitúkeovo (Nossa Cultura), Koixómoneti Hôyeno (O Homem Pajé) e Hoyéno Kalivóno Xúnati (O Menino Forte). Denise, que é doutora em Linguística, professora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e presidente do Instituto de Pesquisa da Diversidade Intercultural (Ipedi), destaca que a coletânea envolveu 17 pessoas, entre autores, tradutores, revisores, e contou com apoio do Fundo de Investimentos Culturais (FIC), do governo do Estado.

Denise Silva trabalha com documentação da língua terena há 20 anos e cita que as línguas indígenas atualmente estão ameaçadas de extinção; estima-se, segundo ela, que a cada semana, duas línguas morrem no mundo. Para resguardar memória e tradições dos índios terenas, a coletânea foi idealizada. 

As histórias da coletânea “Itúkeovo Têrenoe” foram escritas por professores indígenas com base em suas vivências, como, por exemplo, Maiza Antonio, que também participa do programa, e Anésio Alfredo Pinto, falecido em 24 de setembro do ano passado, vítima do coronavírus, antes da revelação dos finalistas. As narrativas ajudam a tornar a memória terena mais forte para futuras gerações. 

Ototo 

É de autoria do escritor Henrique Komasu, de 38 anos, que também é advogado e filósofo. Composta por 12 contos, a obra trata de variadas formas de quietude, apresentadas ao leitor como distanciamentos em meio a tantos silêncios e que de certa forma faz um resgate da trajetória do autor, filho de imigrantes japoneses. 

Em português, “Ototo” significa ‘irmão mais novo’ e passeia pelo silêncio que existe entre as palavras, o silêncio do sagrado, das lacunas na memória, o silêncio que habita o desconhecido, o estranho, o silêncio da vergonha, da violência, da dor e do final. ‘Refexos’, um dos contos da obra, inclusive, foi publicado na revista literária Mathilda, editada por Alexandre França e Iamni Reche Bezerra. 

A literatura é algo muito presente na vida de Henrique, já que quando se formou em Filosofia na Universidade Federal do Paraná (UFPR) escreveu o romance ‘A Igreja de Pedra’. De lá pra cá, publicou ‘Cidade Dormitório’ (contos), o infantil ‘A Menina que viu Deus’, o romance ‘Concerto para 4 mãos’ e o infantil ‘Gangorra’. 

Em meio a tudo isso, fez Direito na Universidade Federal de Mato Grosso do sul (UFMS), trabalhou em cruzeiro, participou de residência literária em Rianxo, na Espanha, a convite da Editora Axôxere, apresentou aula aberta na Universidade de Santiago de Compostela e teve ensaio publicado na Revista Manoa, da Universidade do Havaí. Em meio à pandemia, Komatsu ainda compôs em parceria com o cantor paranaense Troy Rossilho, a canção ‘Pegada’, cujo clipe você também confere no programa. 

Ler é Viver 

A literatura é uma arte que enriquece a cultura e transforma vidas, além de levar o leitor a viajar por diversos universos. Valorizar a leitura e divulgar ações que dignificam a arte literária são os principais objetivos do programa Ler é Viver.

Após a exibição dessa edição, o programa pode ser conferido na grade de programação da TV ALEMS, canal 9 da Claro NET TV, em Campo Grande e Dourados, nas segundas, às 8h, domingos, às 12h, e sextas, às 18h. Você também pode conferir o que é veiculado na TV Assembleia no A TV Assembleia, plo site da Casa de Leis, e pelo canal do YouTube. 

 

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