Mato Grosso do Sul registrou sete casos de leishmaniose visceral em cinco municípios, em 2017, segundo o boletim epidemiológico da Secretaria do Estado de Saúde (SES). Segundo o infectologista Rivaldo Venâncio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), é um problema sério para o estado.
O infectologista explicou que a doença é transmitida por um mosquito – que não é da família do Aedes aegypti – depois de picar um mamífero infectado. “Geralmente os cães servem de fonte de infecção para o mosquito”, disse Venâncio.
De acordo com o boletim, foram confirmados dois casos em Aquidauana e Três Lagoas, e um em Alcinópolis, Brasilândia e Ladário. Em 2016, dos 101 casos de leishmaniose visceral confirmados no estado, 25,7% foram em crianças até 4 anos e seis pessoas morreram.
Diferente de outras doenças, a leishmaniose visceral é sistêmica arrastada, ou seja, os sintomas vão aparecendo aos poucos e comprometendo o organismo. O primeiro sintoma é uma febre prolongada de 15 a 20 dias. “Vai debilitando o quadro, com anemia, problemas digestivos, vai emagrecendo e por causa disso fica desnutrido. Comprometimento maior é do fígado e do baço”, explicou.
Por ser uma doença de evolução crônica, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) encerra os casos de leishmaniose viral depois de 61 dias. Na avaliação do infectologista, a doença é um problema sério para o estado por causa da dificuldade de combater.
“O mosquito é difícil de ser controlado e cães podem ficar com um ano, ano e meio, sem demonstrar qualquer sinal”, afirmou Venâncio.