Autoridades policiais alertam sobre muitos crimes por telefone em MS

Morador de Jateí não caiu, mas revela que tem gente aplicando golpe do mecânico

15 FEV 2018Por Rádio Jota FM/Edson Moraes16h35

A sagacidade de um morador da Fazenda Califórnia, em Jateí, a 388km de Campo Grande, impediu que criminosos fizessem mais uma vítima aplicando o conhecido “golpe do mecânico”.

José Carlos Matos disse à Rádio Jota FM que atendeu um chamado telefônico e do outro lado da linha um homem, dizendo ser seu sobrinho, afirmava ter vendido seu caminhão e que ligaria depois. “Eu vi que podia ser um golpe, porque meu sobrinho não tem caminhão. Mas não falei da minha suspeita, deixei que ele continuasse ”, lembra.

Algum tempo depois outra ligação e a mesma voz contou uma historinha, dizendo que seu veículo tinha sido jogado fora da estrada por outro, quebrou e estava precisando que desse o número do telefone de um mecânico para ir socorrê-lo. Como resposta, Zé Carlos lamentou não poder ajuda-lo, mas sugeriu que procurasse auxílio discando o 190 (número de acesso à Polícia Militar). “

“Eu disse que ligar no 190 tornaria tudo mais fácil pra ele, é o aparelho da Polícia, que gosta de ajudar as pessoas que precisam. Aí acabou a conversa”, concluiu Zé Carlos. Ele recomenda que as pessoas tomem cuidado e procurem orientação adequada, recordando que também passou pela experiência do “golpe do sequestro”.

Nesses golpes, feitos geralmente a partir de presídios, os bandidos tentam envolver as pessoas emocionalmente. No caso do mecânico, o golpe só prossegue quando a pessoa que atendeu o telefone fala da inviabilidade de indicar um profissional para esse tipo de serviço em outra cidade, a quilômetros dali. Então o falso parente volta a ligar dizendo ter encontrado um mecânico disposto a ajudar por um preço de ocasião e fornece o número de uma conta bancária para depósito. E diz ainda, se necessário, que recebeu em cheque o pagamento do caminhão que vendeu, prometendo pagar o empréstimo logo que chegasse à agência bancária na cidade da vítima.

A delegada Sidnéia Catarina Tobias alerta: são cada vez mais frequentes os golpes por telefone. O “golpe do falso sequestro” é outra modalidade de crime que já faz parte do cotidiano. Sidnéia recomenda que o primeiro passo preventivo é não fornecer nenhum dado pessoal, documentos ou informações sobre familiares. E logo que desligar, a pessoa deve comunicar a Polícia, ligando o 190 ou procurando a autoridade policial mais próxima, e tentar contato com o familiar supostamente sequestrado,.

CASOS – São muitos os casos de pessoas ludibriadas por criminosos em golpes por telefone no Estado. Em 2016, um morador de Nova Andradina caiu no golpe do falso mecânico e perdeu R$ 1,5 mil. Em maio do ano passado uma mulher de 41 anos, que mora em Dourados, foi vítima do mesmo golpe e deixou R$ 2 mil nas mãos dos bandidos.  

Recentemente, em Campo Grande, um homem e uma mulher foram indiciadas pela 7ª Delegacia de Polícia, no Jardim Panamá, acusados de aplicar golpes em pelo menos 11 pessoas, a maioria idosos, causando prejuízos de cerca de R$ 16,5 mil. Os primos Bárbara Cristiane de Oliveira, 38, e Rafael de Oliveira Maluf, 29, colocavam pequenos explosivos nos carros para forjar estragos e realizar a falsa troca de peças.

De acordo com o delegado Paulo Sá, os acusados plantavam “bombinhas” nos carros das vítimas quando elas passavam por lombadas. Bárbara entrava em cena sinalizando para pedir ajuda. Depois chegava Rafael, dizendo ser mecânico e retirava a central eletrônica do veículo, afirmando que iria repará-la. Voltava em seguida com a peça pintada em tinta fresca e a recolocava. O delegado disse que a dupla cobrava de R$ 1,4 a R$ 5 mil pelo falso conserto.

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