Estudante de 19 anos é forçada a abortar pela sogra e o namorado, diz polícia

A jovem abortou com três meses de gravidez após ingerir remédios contrabandeados

08 ABR 2019Por G1MS09h52

A Polícia Civil vai ouvir mais testemunhas nesta segunda-feira (8) do caso envolvendo uma estudante, de 19 anos, que segundo as investigações, foi obrigada pela sogra e o namorado a abortar, em Eldorado, no sul do estado. Os suspeitos negam o crime.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Pablo Reis, a jovem descobriu que estava na grávida na quinta-feira (4). Ela contou para o namorado, de 17 anos, que trabalha em um farmácia e é estudante de Direito. Ele marcou uma conversa com a vítima na sexta-feira (5), na casa onde mora com a mãe.

"Quando a menina chegou na casa do namorado, estava ele, a mãe, que é cabeleireira aqui em Eldorado e um amigo deles que também trabalha na farmácia. Eles a trancaram em um quarto e disseram que a adolescente precisava abortar porque ela não ia ter condições de cuidar a criança, mas a jovem se negou a fazer o aborto, foi então que começou as ameças e a violência", explicou o delegado.

Segundo ele, os três obrigaram a estudante a tomar quatro comprimidos de um remédio abortivo comprado no Paraguai. Ela ingeriu a medicação forçadamente achando que seria liberada, o que não ocorreu.

"Alegando que era necessário finalizar o 'serviço' os autores arrancaram a roupa da menina a força, a agrediram e introduziram mais remédios na vagina dela. A irmã da vítima desconfiou do encontro, foi ao local e encontrou a vítima chorando e desesperada. Os autores saíram do quarto sem dar muitas explicações e a polícia foi acionada", completou o delegado.

O namorado, o amigo e a sogra da vítima foram apreendidos e presos em flagrante, respectivamente. Eles estão na delegacia de Eldorado e devem passar por audiência de custódia nesta segunda-feira. Todos foram autuados por aborto consumado, tortura, cárcere e privado, no caso dos maiores, foi adicionado ainda o crime de corrupção de menores.

Em depoimento, todos negaram os crimes e disseram que a estudante fez o aborto por vontade própria e que estavam no quarto apenas para orienta-la. Alegação que já foi refutada pela polícia.

Ainda na sexta-feira a estudante perdeu o feto de 3 meses quando estava sendo atendida às pressas no Hospital de Eldorado. Ela continua internada e não há previsão de alta.

 

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