Na última quarta-feira (24), a Biblioteca Nacional inaugurou a exposição "A língua que se escreve sobre o mar – Camões 500 anos", em homenagem ao quinto centenário do nascimento do renomado escritor português Luís de Camões. O evento contou com a presença ilustre do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Paulo Rangel, e foi realizado em parceria com a Embaixada de Portugal no Brasil, o Camões – Centro Cultural Português em Brasília, e o apoio de Pinheiro Neto Advogados.
A exposição, que estará aberta ao público até o dia 4 de outubro na sede da Biblioteca Nacional, apresenta um acervo significativo dedicado a Camões. Entre os destaques estão primeiras edições de sua obra épica "Os Lusíadas", datadas de 1572 e 1584, além de outras obras raras como "Rhytimas" (1595) e "Rimas" (1616). Marco Lucchesi, presidente da BN, enfatizou que a instituição se tornou um centro vital para a preservação da memória camoniana, abrigando mais de 700 obras relacionadas ao autor.
A exposição não se limita ao passado: inclui também contribuições contemporâneas de artistas como Marcos Gusmão, Nazareno e Ana Miranda, que reinterpretam o legado de Camões através de fotografia, gravura e arte visual. Destaca-se também um "Jogo da Memória" interativo, proporcionando aos visitantes uma imersão lúdica nos versos do poeta.
Paulo Rangel destacou a importância das bibliotecas como agentes dinâmicos na promoção da cultura e do saber, celebrando Camões não apenas como um ícone literário, mas como um humanista cuja sensibilidade ecoa até os dias de hoje. A exposição, segundo Rangel, é um tributo à língua portuguesa e ao legado de Camões, cuja obra transcende fronteiras e gerações.
A mostra também explora a presença de Camões nas primeiras comemorações da Academia Brasileira de Letras em 1880, evidenciando a relevância contínua do autor no contexto cultural brasileiro. Além das obras literárias, a exposição apresenta mapas históricos e ilustrações que contextualizam a época das grandes navegações, inspiração central para a obra camoniana.
A Biblioteca Nacional, ao realizar esta exposição, não apenas celebra o patrimônio cultural de Camões, mas reafirma seu papel vital na preservação e promoção da cultura lusófona, oferecendo ao público uma oportunidade única de explorar a riqueza e a profundidade da obra deste grande poeta.