Para quem mora em Caarapó e região e ainda não ouviu falar da Fepec, desde o dia 18 de outubro de 2024, tem funcionado todas as sextas-feiras das 17 às 23h, na Rua José Bonifácio - Praça Planalto, a Feira de Pequenos Empreendedores de Caarapó.
As informações do Portal Alô Caarapó/ Zé Carlos.
Conforme a presidente da Associação de Arte e Artesanato Vale da Esperança (AAAVE), Zenilda Marques Mazarão de Almeida (45) para saber um pouco mais desse projeto que tem surpreendido a diretoria da instituição e os participantes.
Para começar vale ressaltar que a Fepec é um dos projetos da AAAVE, a qual é uma instituição não-governamental, e que está instituída na cidade de Caarapó há 30 anos, trabalhando com a arte e a cultura.
Segundo Zenilda, o carro-chefe da associação é a tecelagem, que trabalha também com empreendedorismo voltado para cultura. “Essas peças de tecelagem elas são vendidas em feiras nacionais e inclusive amostras internacionais. Inclusive nossos produtos já estiveram em novelas da Rede Globo, e que rendeu até algumas reportagens pelo Sebrae”, observou.
“A associação ela é voltada para o empreendedorismo e quando eu assumi a instituição há cinco anos, eu me pus à frente para desenvolver os trabalhos ali dentro, quando convidei a Solange, que era outra artesã, pois a minha mãe a dona Josefa Mazarão estava sozinha. Nós começamos o trabalho em três pessoas e logo entrou a Elma que é a fiadeira. A partir daí começamos a trabalhar essa divulgação, ou seja, convidar outros artesãos para também fazer parte da associação”, disse a presidente.
“Em seguida começamos a dar oficinas, foi quando surgiu o recurso da prefeitura e a gente conseguiu dar aulas para o Revive, dentro do presídio, e além disso começamos a buscar talentos também com as crianças da aula de pintura, cerâmica, biscuit. A associação mesmo tendo um leque de empreendedorismo, a gente vai pondo os projetos que é voltado para empreendedorismo. Sendo que a partir daí surgiu a Fepec, a qual é um projeto dentro da associação”, explicou Zenilda.
“É bom deixar claro que a Fepec trabalha com empreendedorismo, voltado para várias vertentes e o intuito era geração de recursos para famílias de baixa renda. “Para a gente colocar esse projeto em prática, eu fui atrás de emenda parlamentar e através da deputada estadual Lia Nogueira ela disponibilizou o valor de R$ 50 mil e com esse dinheiro a gente comprou 34 barracas e aparelhagem de som. A partir daí começamos a buscar esses pequenos empreendedores, ou seja, mulheres e homens, ou mulheres que trabalham com seus maridos e começamos a buscá-los”, enfatizou a artesã.
“Vale ressaltar que uma das regras da feira, só podem participar pessoas que são MEI. A gente não abre para empresas de médio porte, é só pequeno empreendedor. E começamos a trabalhar a geração de renda. Apesar da feira ser novinha, está engatinhando, ela tem sido assim uma surpresa a cada feira, porque a gente não tinha uma expectativa de tanta gente aderir de início. Eu tinha consciência de que queríamos introduzir uma cultura de feira numa cidade que não existia feira. Então a minha conversa com os feirantes era vamos nos unir, vamos ter paciência até as pessoas se acostumarem com o projeto, porque isso é uma cultura”, salientou Zenilda.
“Todos sabem que Caarapó nunca teve feira noturna, então vamos ter paciência que as coisas vão acontecer, vocês vão conseguir ter a renda que vocês tentam. Acredito que daqui poderá sair grandes empresários. Quando eu fiz essa fala com eles, eles acreditaram em mim e falaram em tentar. A gente vai aderir esse projeto. Quando iniciamos tínhamos 30 feirantes, hoje nós já temos 37 feirantes contando com os carrinhos”, afirmou a presidente da AAAVE.
“Então ali dentro da feira você encontra por exemplo a gastronomia. Eu procurei colocar tudo muito diversificado para que as pessoas conseguissem achar tudo que ela gosta, tudo que ela precisa em um único lugar. Então você vai encontrar chopp, garapa, pamonha, água de coco, espetinho, salgados em geral, pastel frito na hora, tapioca, doces em geral, pipoca, algodão doce, além de entretenimento para as crianças, como brinquedos e barracas de brinquedos”, frisou Zenilda.
“Também na Fepec você pode conhecer a nossa diversidade de drink. Além disso, temos as barracas do artesanato, que são da nossa instituição, inclusive temos espaço para o artesanato indígena, onde temos uma barraca só da cultura indígena”, disse a entrevistada.
“É bom frisar que temos a nossa praça de alimentação, onde é um local aonde as pessoas podem sentar, se divertir ali com a família. A Fepec foi criada pensando nisso também, pois Caarapó precisava de um ambiente familiar, onde o pai e a mãe vão com seus filhos ali, e todos podem se divertir com segurança”, pontuou a presidente.
Zenilda disse ainda que na Fepec tem a noite cultural onde sempre pessoas estão lá mostrando a sua cultura. “Temos uma aparelhagem de som, incluindo microfone para uma pessoa usar com voz e violão. Sendo que quando acontecem os shows, são parcerias com leis de incentivo, onde o artista ganhou o edital e precisa cumprir ali a sua contrapartida. A gente cede aquele local para ele fazer a apresentação dele”, explicou Zenilda.
Na última sexta-feira por exemplo, quatro pessoas mostraram lá seus talentos na Fepec.
Também na última sexta-feira o projeto recebeu a ação de saúde “Janeiro Branco”. Esse trabalho foi realizado pelo pessoal do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) com apoio da Secretaria de Saúde. Na oportunidade houve vacinação, aferição de pressão, informações com psicólogos, onde as pessoas puderam conhecer um pouco mais da importância de cuidar da sua saúde mental.
Também na mesma data aconteceu uma corrida organizada pelo pessoal da Associação de Atletismo Caarapoense (AAC-Runner’s).
Mais projeto
De acordo com Zenaide, dentro da Associação de Arte e Artesanato Vale da Esperança, existe o reaproveitamento da lã de carneiro, a qual é o carro-chefe da instituição. Ela chega ali em natura, ou seja, no ponto de ser descartada no lixo, mas após ser trabalhada ela vira peças lindas de tecelagem. Nós temos também a cerâmica que são os bichos do Pantanal, é um grupo de geração de renda também, onde tem mulheres ali envolvida. Temos ainda um projeto chamado Projeto Benjamin, o qual tem sido uma forma de resgatar mulheres vulneráveis que sofrem violência doméstica”, falou a presidente.
“Por que a gente criou esse projeto? Porque nós entendemos que tudo começa com as emoções, com a mente e as mulheres estão muito adoecidas. Então, primeiro, elas passam pelo Projeto Benjamin, depois elas vão para os outros grupos de empreendedorismo. Vale ressaltar que depois que elas passam por esse projeto conseguem ter um novo olhar também, até para o empreendedorismo”, argumentou a entrevistada do Alô Caarapó.
“E por fim acabamos de criar um grupo que é o empreendedorismo no reaproveitamento do bagaço da cana e da erva de tereré. Inclusive está sendo criada uma linha de produtos e nós já temos até clientes para comprar esses produtos e vai ser desenvolvida essa linha. Estamos em fase de desenvolvimento e adequação do projeto o qual já contamos com tingimento natural a partir de plantas. Esse processo do tingimento, a gente faz linhas, a gente tinge tecido e vende para modistas fazerem biquíni, canga, roupa de banho em geral. E também nós fazemos nos fios o tingimento a partir de plantas, que aí a gente usa também na tecelagem para fazer tapetes e mantas”, finalizou Zenilda Marques Mazarão de Almeida.
Conforme a presidente, a feira é um projeto social, mas a instituição, além da emenda parlamentar, conta com a parceria da prefeitura. Sendo que a contrapartida da administração municipal a qual está começando nesta nova gestão será de ajustar a questão da fiação e da iluminação da rua.
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Sede da Associação de Arte e Artesanato Vale da Esperança (AAAVE)
fonte alocaarapo