O vereador Madson Valente (DEM), de Dourados, foi nomeado na semana passada como Gerente Regional da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul) na cidade. O salário do cargo é de R$ 18.300,53.
Em 2016 o parlamentar era líder do então prefeito Murilo Zauith (DEM) e brigou na Câmara para autorizar a renovação do contrato com a Empresa onde agora ganhou a nomeação.
Antes de virar político, o vereador já era funcionário da Sanesul com salário de R$ 4.966,68. Agora, caso receba o mesmo que o gerente exonerado no dia em que ele foi nomeado, vai passar a receber R$ 18 mil. Ao site, ele admitiu que nem deve mais concorrer à reeleição na Câmara Municipal.
Além do recebido na Sanesul, conforme consta no Portal da Transparência da Câmara de Dourados, Madson Valente tem salário bruto de R$ 12.661,13 como vereador e, após os descontos, recebe o valor líquido de R$ 6.322,63.
‘Tripla’ jornada
Valente foi investigado pelo MPMS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) em julho de 2019 por ser funcionário da Sanesul e também atuar na Câmara de Vereadores. O órgão instaurou a Notícia de Fato 01.2019.00005.106-3 para apurar se a carga horária de trabalho de Madson Valente era compatível com o mandato.
Com ‘tripla’ jornada, o vereador trabalharia como assistente comercial na Empresa por oito horas diárias e também como vereador, à noite. No entanto, Madson foi visto em eventos públicos durante o horário de expediente que deveria estar cumprindo na Sanesul.
Ao site, Madson garante que está ‘protegido pela Lei’ na questão. O vereador explica a justificativa usada para não ir à Empresa nessas ocasiões. “Evento público a Sanesul poderá ser convidada. Se não for, eu não irei”, disse.
Valente é servidor do órgão desde 1991 e não se afastou do cargo ao assumir o mandato, em 2017. Na Notícia de Fato, o Procurador-Geral de Justiça Paulo Cezar dos Passos solicitou informações sobre a carga horária do vereador e de outra servidora, cedida, de 2017 até julho de 2019.
Após a justificativa do vereador do DEM, a Procuradoria-Geral de Justiça arquivou a investigação, que ainda consta no sistema do MPMS sob sigilo. Com isso, o vereador foi nomeado gerente em janeiro e o salário na Empresa passará de R$ 4.966,68 para R$ 18.300,53, caso ele receba o mesmo salário que o exonerado no dia em que ele foi nomeado.